Paixões Proibidas

Rivalidade, amor, ódio, sedução

Escrita pelo dramaturgo Aimar Labaki, Paixões Proibidas é livremente inspirada na obra de Camilo Castelo Branco (1825-1890), um dos maiores nomes da literatura portuguesa. Três de seus mais importantes livros estão sendo adaptados para a televisão: “Amor de Perdição”, “Mistérios de Lisboa” e “O Livro Negro do Padre Dinis”. “Paixões Proibidas” tem 160 capítulos e faz uma viagem no tempo para desembarcar em 1805, mostrando a vida em quatro localidades diferentes: Lisboa, Coimbra, Rio de Janeiro e Vila de Resende. Os vigorosos personagens de Camilo receberam uma releitura e um novo ambiente tropical, diferente do original.

A trama é repleta de histórias de tirar o fôlego, entre elas o amor proibido de Simão e Teresa, representados por Miguel Thiré e Anna Sophia Folch, as paixões de perdição de Alberto de Miranda, interpretado por Felipe Camargo, e a vida misteriosa do Padre Dinis, vivido por Virgílio Castelo. Fazem parte do elenco atores experientes como Felipe Camargo, Celso Frateschi, Flávio Galvão, Graziella Moretto, Antonio Grassi, Marcos Breda e Suzy Rêgo, entre outros.

Três histórias de amor têm como cenário os conturbados anos iniciais do século XIX na cidade do Rio de Janeiro, na pequena Vila de Resende, em Coimbra e Lisboa.

Simão e Teresa, filhos de famílias divididas por ódios que atravessam os anos, se apaixonam perdidamente. Mas é uma paixão proibida, que não tem a bênção dos pais e dos irmãos, nem o apoio da sociedade. É entre os rebeldes, os escravos e os marginalizados que Teresa e Simão vão encontrar apoio para lutar por esse amor, vivendo tragédias e aventuras.

Padre Dinis, um homem misterioso que tem mais três identidades – um fidalgo, um vingador encapuzado e um duque francês – devota a vida a ajudar jovens amantes e injustiçados. Tenta assim purgar a culpa por erros de um passado que ele mantém em segredo. Luta também contra o amor que sente por Antônia Valente, mulher que vive em busca da filha, roubada ainda criança há mais de 20 anos.

Alberto de Miranda é um ex-corsário que fez riqueza com a pirataria, mas que agora sonha com uma nova vida, como um respeitado empresário. Em Portugal, se envolve com Elisa de Mandeville, a Duquesa de Ponthieu, e ao chegar ao Brasil, tenta se regenerar por amor à Eugênia Valente. No entanto, seus segredos serão ameaçados pela duquesa, que quer vingança por ter sido trocada.
Todos vivem paixões proibidas e não imaginam que seus destinos
estão prestes a se cruzar…

Em Portugal

O ano é 1805. O exército de Napoleão segue conquistando as nações européias.

Na Universidade de Coimbra, uma das mais respeitadas da Europa, os estudantes têm opiniões divididas. Alguns vêem o líder francês como uma possibilidade de mudanças sociais e políticas, outros acham que a parceria com os ingleses é a única saída para preservar a soberania portuguesa. Entre os estudantes, destaca-se o brasileiro Simão de Azevedo, jovem idealista e romântico que se dedica com igual devoção à política e às mulheres. Suas convicções políticas o levam a ser expulso da Faculdade e voltar ao Brasil, onde terá de enfrentar o severo pai. Leva consigo o melhor amigo, o português Mateus Correia.

Irmão mais velho de Simão, Manuel de Azevedo também estuda em Coimbra e está no último ano. Apesar de passar uma imagem de estudante sério, responsável e aplicado, é um cínico que não hesita em usar de meios ilícitos para conseguir o que quer. Manuel mantém um tórrido romance com a portuguesa Adelaide, esposa de seu melhor amigo, o também estudante Estevão. Apesar do medo de que o ciumento marido descubra tudo, Adelaide está cada vez mais apaixonada por Manuel, e por essa paixão está disposta até a cruzar o oceano Atlântico.0

A rivalidade de duas famílias em Resende

A Vila de Resende em 1805 vive o início do ciclo do café. Enquanto alguns acham que a plantação de cana-de-açúcar deve ser o foco da economia, outros vêem no café o futuro.

Na Vila de Resende, Domingos de Azevedo, pai de Simão e Manuel, é juiz de fora e impõe a lei na cidade de forma rígida e ética. Homem conhecido pela seriedade, Domingos também é pai de Ana de Azevedo, sua única filha e aliada de Simão. Ana passa pela transição da adolescência para a vida adulta e está pronta para viver uma história de amor que será proibida pela família. Todos ainda a vêem como uma criança e não percebem a mulher em que se transformou.

Na casa do juiz, também vive Rita de Azevedo, sua esposa e mãe de seus filhos. Filha de um aristocrata português, Dona Rita vive no Brasil como se estivesse na corte portuguesa, ridicularizando a falta de traquejo social dos locais, mas jogando-se ao ridículo por manter hábitos da corte.

Em Resende, também vive o fazendeiro Tadeu Dias, um inescrupuloso comerciante que enriqueceu com o tráfico ilegal, ou seja, sem o pagamento de impostos à coroa portuguesa sobre escravos, especiarias e ouro. Violento, Tadeu já matou alguns inimigos e se considera dono da vila, comportando-se como um verdadeiro senhor feudal. Viúvo, Tadeu tem dois filhos: Joaquim, um reflexo ainda mais deturpado da violência do pai, e a doce Teresa, a quem Tadeu ama de verdade e controla com afinco.

O ódio entre Domingos de Azevedo e Tadeu Dias tem motivos antigos e recentes, sentimentais e políticos. A história é conhecida como lenda, mas ninguém sabe os detalhes. O que se escuta é que tudo começou no Rio de Janeiro, com uma disputa amorosa pela mão da filha de um rico comerciante português. O caso teria terminado de maneira trágica, com a jovem enlouquecendo e sendo internada num manicômio. A única pessoa, além dos dois inimigos, que parece conhecer essa história é a misteriosa Maria Louca da Vila de Resende, na verdade a portuguesa Júlia Queirós, que vive como eremita numa casa abandonada e sobrevive graças às esmolas de almas caridosas do lugar.

Os mistérios do Padre Dinis

No Rio de Janeiro vive Antônia Valente, que viaja por todo o país à procura da filha, que lhe foi roubada ainda criança há mais de 20 anos. Antônia vive na casa do Padre Dinis, português, de quem todos acreditam que ela seja irmã, o que não é verdade. Ambos criam Pedro Almeida, um rapaz de 18 anos.

Padre Dinis é um tipo misterioso. Com mais de 50 anos, é atlético, exímio na espada e de recursos financeiros quase inesgotáveis, apesar de viver simploriamente. Ele teve duas identidades antes de ser padre: Sebastião de Meneses, em Portugal e Duque de Ponthieu, na França, onde foi criado. No passado, Padre Dinis causou a desgraça de duas mulheres, uma francesa e uma portuguesa, mães de seus dois filhos: Arthur e Elisa de Mandeville. Os dois foram confiados à guarda de amigos, na França, para serem criados de acordo com a sua posição de filhos de um duque. No entanto, com a Revolução Francesa, os pais de criação de Arthur e Elisa foram mortos e eles perderam todas as rendas e as propriedades do ducado. Padre Dinis conseguiu levá-los para Lisboa, onde passaram a viver com alguns dos bens que ele transferiu então para o nome dos filhos.

Antônia e Padre Dinis se amam. Mas nunca se declararam um ao outro. Ela, por achar que ele, sendo padre, jamais poderia tê-la. Ele, por temer que ela tenha o mesmo destino das duas outras mulheres a quem amou.

O único que conhece todo o passado do Padre Dinis é Frei Adriano da Encarnação, brasileiro que morava em Portugal e tornou-se confessor de Sebastião de Meneses. Frei Adriano vive recluso em uma cela, num convento nas cercanias do Rio.

Mesmo tendo recebido muito amor e respeito de Padre Dinis e Antônia, o jovem Pedro Almeida sempre se ressentiu por não conhecer a mãe verdadeira. Como ele está se preparando para estudar na Europa, Dinis decide que é chegada hora do jovem saber de toda a verdade. Por isso, o Padre leva o rapaz até uma casa, onde pela janela, vê-se um vulto de mulher. Mas logo aparece o Barão de Barbacena, que os expulsa.

A Taberna e Hospedaria da Vila de Resende

Tadeu Dias é dono da taberna e hospedaria local, que serve como fachada para o entreposto de comércio ilegal. É lá que trabalha o braço direito de Tadeu, Aníbal Setúbal, um lacaio que finge lealdade ao patrão, mas que só está interessado mesmo em ganhar dinheiro.

Além das rusgas do passado, Domingos e Tadeu também divergem politicamente. O comerciante acha tolice falar em independência e precisa da situação menos privilegiada do Brasil para manter seus negócios escusos. Já Domingos é adepto dos ideais republicanos da Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – e acha que o destino do Brasil é ser livre. Essas diferenças pessoais e políticas se refletem em debates e brigas que acontecem na taberna, onde se misturam as gerações e as classes sociais, e onde uma discussão política rapidamente vira pancadaria.

Na taberna, vive e trabalha a amante do juiz Domingos de Azevedo, a índia Jacyra. Ela tem um filho de oito anos, Tabara, um ingênuo e bom menino mestiço que está sempre correndo pela vila e pelos campos em companhia do inseparável amigo Zuza. Garoto da mesma idade de Tabara, Zuza é filho da escrava Rosália, que passou a cuidar de Teresa depois que a mulher de Tadeu morreu.

Um artista à frente de seu tempo

Emília Salgado, irmã de Antônia e sua confidente, vive em grande miséria com Carlos Salgado, músico genial e excêntrico que sobrevive de dar aulas de música, já que ninguém reconhece seu talento de compositor.

Mas o destino do casal está para mudar, já que no passado a mãe de Antônia e Emília foi vítima de um golpe e o responsável agora busca a redenção. Por isso, quando a sorte lhes bater à porta, Carlos vai se vingar da sociedade que sempre os segregou, usando de seu conhecimento musical para ridicularizar os incultos milionários cariocas no início do século XIX.

Simão conhece Teresa: nasce um amor proibido

Logo que volta à Vila de Resende, Simão se mete em confusão. Ao presenciar Zuza sendo agredido por Joaquim, fica indignado, toma partido e começa uma briga. A cena é assistida por Teresa e Mariana Araújo, que imediatamente se apaixonam por ele.

Mariana é filha do ferreiro João Araújo, que na juventude foi capitão-do-mato e matador profissional. Mas, quando Mariana era criança, ele foi inocentado por um crime que não cometeu e tendo nos braços a filha, resolveu esquecer a vida pregressa e se transformar num honesto ferreiro.

Quando conta o que houve na praça do chafariz, Mariana nada diz ao pai, mas sabe que já está completamente apaixonada pelo filho do juiz. Simão, no entanto, apaixonou-se por Teresa no momento em que a viu. Os dois jovens estão destinados a viver um amor impossível, a mais proibida das paixões.

Floresce assim um grande amor, só conhecido por Mateus e Rosália, mas que está fadado aos problemas, já que Simão e Teresa só podem se encontrar secretamente. E quando forem descobertos, os dois terão que optar pela separação, pelo enfrentamento às famílias ou pela fuga.

A sedução de Elisa

Em Lisboa, a filha do Padre Dinis, Elisa, vive uma aventura. Precisando de dinheiro, já que Arthur, viciado em jogo, perdeu o que lhes sobrava da fortuna, resolve oferecer-se para passar uma noite com o credor, o espanhol Leopoldo de Saavedra, que na verdade é o brasileiro Alberto de Miranda, há muito tempo longe da terra natal.

Alberto fez fortuna como o pirata Barba-Roxa. Agora em Lisboa junto com o sócio Samuel Goldberg, prepara seu retorno ao Brasil na pele de um próspero comerciante e empresário. Alberto aceita passar a noite com Elisa porque a achou bonita. Mas, ao final da noite, ela resolve não aceitar a promissória de Arthur e diz estar apaixonada.

Começa assim um romance. Para ele, apenas uma aventura, mas para a duquesa, uma paixão avassaladora. Mas quando Elisa lhe prega uma peça, Alberto tem uma reação intempestiva, e depois de um trágico acontecimento, se vê obrigado a seguir viagem para o Brasil, largando Elisa em Portugal.

A prisioneira e a amante do Barão de Barbacena

Padre Dinis conta a Pedro que aquela é sua mãe, Ângela de Sousa. E que ela está aprisionada em casa, desde que se casou com Álvaro. O Barão a mantém prisioneira em seu quarto, ao mesmo tempo em que tem na casa uma criada que tomou para amante, Eugênia, que na prática dirige a morada como sua.

Ângela odeia Eugênia porque esta a trata com desdém quando está na frente do Barão, com ares de dona da casa. Ângela desconhece, no entanto, que Eugênia é sua protetora secreta.

É ela quem garante boa alimentação e mesmo as fugas para tomar sol, quando o Barão não está. É Eugênia também quem mantém Ângela sempre bem fornecida de livros de poesia. Para realizar tudo isso, Eugênia conta com ajuda de Luzia, uma escrava que aos olhos de Ângela, é a sua verdadeira protetora.

Mas a esposa do barão está muito doente, e quando piora dos pulmões, resolve chamar o Padre Dinis porque quer rever o filho, Pedro, fruto de uma paixão proibida de quando ela era jovem. É por esse amor do passado que Ângela sofre há tantos anos o desprezo de Álvaro.

Desde que descobriu que a mulher se entregou a um outro homem antes dele, o Barão a mantém prisioneira dentro da própria casa. A única coisa que conforta Ângela é a esperança de um dia ver o filho. Por isso, quando Álvaro e Eugênia partem para uma longa viagem à Europa, chega o momento do grande reencontro entre mãe e filho.

Veja também