Sinhá Moça: Quem é quem

Principais personagens:

Sinhá Moça – Débora Falabella

Nasce e cresce entre a doçura da mãe Cândida, os mimos da escrava Virginia e a rígida conduta de seu pai, o Barão. Graciosa e gentil, existe nela uma força interior que impressiona as pessoas. Criada com Rafael na casa grande, sofre muito quando ele é vendido pelo Barão, logo depois da morte de Pai José. Sempre revelou profundo amor pelos negros da fazenda, como se todos fossem seus irmãos. Mais velha, vai estudar na capital da província e retorna a Araruna imbuída dos ideais abolicionistas. Na viagem de volta, conhece Rodolfo, seu primeiro e verdadeiro amor, mas só se acerta com ele depois de descobrir suas verdadeiras convicções políticas.

Rodolfo – Danton Mello

Filho de Fontes e Inez, herdou do pai o talento jurídico e, da mãe, uma certa matreirice, que o leva a misturar o bom senso com seus próprios interesses. Forma-se advogado na capital da província e, na viagem de volta a Araruna, conhece Sinhá Moça, seu grande amor. Para conquistá-la e garantir outros encontros, esconde até sua convicção abolicionista e acaba agradando antes o pai do que a filha. Jamais poderia imaginar que ela compartilhasse de seus ideais e se esforça para fazer discursos pró-monarquistas e a favor da escravidão para que o Barão o aprove como genro. A opção é caminhar sobre o fio da navalha, fazendo um jogo duplo para angariar maior prestígio com ele, enquanto participa ativamente, por baixo dos panos, dos movimentos abolicionistas. E o pior é que o Barão não é o único empecilho para que se case com Sinhá Moça: Rodolfo tem ainda Ana do Véu como prometida e torce para que seu irmão Ricardo o ajude a resolver esta situação.

Thomaz – Alexander Sil

Sob o comando do escravo Justino, Thomaz tenta fugir da senzala da fazenda do Barão de Araruna com Fulgêncio e Bento. Mas é recapturado e vai viver na fazenda até o dia em que todos os escravos forem libertados.

Justino – Alexandre Morenno

Negro de porte fino, ágil e de olhos vivos, altivo quando pode. Comprado recentemente pelo Barão de Araruna, costuma dizer que é filho de um rei, sem jamais imaginar que Pai José morreu no tronco daquela mesma senzala. Apaixona-se pela mulata Adelaide. Apesar de saber que somente a terá quando libertos, agarra-se a este sonho com unhas e dentes. Tenta organizar a fuga de seus companheiros, mas, na primeira tentativa, três escravos são recapturados, entre eles seu irmão Fulgêncio. Odeia, em silêncio, todo e qualquer branco e é um exímio capoeirista.

Renato – Bruno Costa

Estuda Direito com Mário, Vila e Pedro e sonha em mudar o mundo. Na luta contra a escravidão, ajuda a fundar a “Associação dos Abolicionistas de Araruna”.

Ricardo – Bruno Gagliasso

Filho de Fontes e Inez. Puxou à mãe. Pouco mais novo do que o irmão Rodolfo, nunca se sentiu muito atraído pelos estudos. Generoso e tímido, é amante da natureza e dos animais, dos quais vive cuidando. Vai consolar Ana do Véu e apaixona-se por ela sem jamais ter visto seu rosto, o que já é uma prova de sua pureza e bondade.

Vila – Bruno Udovic

Estuda Direito com Mário, Pedro e Renato e sonha em mudar o mundo. Na luta contra a escravidão, ajuda a fundar a “Associação dos Abolicionistas de Araruna”.

Mário – Caio Blat

Filho do fazendeiro Everaldo, estuda Direito na capital e passa sempre férias em Araruna. Tem a audácia dos jovens e o senso de justiça necessário para montar com os amigos Pedro, Vila e Renato a “associação dos abolicionistas de Araruna”, lutando verdadeiramente contra a escravidão.

Augusto – Carlos Vereza

Quando os grandes jornais do país ainda engatinham nas capitais, Augusto luta para viabilizar o seu boletim semanal, que ele edita usando os poucos recursos que tem. Abolicionista convicto, é em sua tipografia que os poucos simpatizantes se reúnem. Também vive sob o jugo do Barão de Araruna e sabe o que isso representa. Figura querida e respeitada por todos, é avô de Juliana, que ele praticamente criou desde o nascimento. Divide-se entre seus ideais e a neta. Apesar de um grande golpe que sofreu por confiar demais nas pessoas, recolhe Dimas em sua casa e recria as condições e o clima que fizeram sua desgraça no passado.

Inácio – Celso Frateschi

Descendente de portugueses, de boa aparência e bons modos. No início da novela, compra Maria das Dores e o filho Rafael e leva-os para a capital da província.

Everaldo – Chico Anysio

Fazendeiro abolicionista, pai do estudante de direito Mário. Vive sob a influência política e econômica do Barão de Araruna.. Na verdade, é um revolucionário de boteco e não coloca nada além das palavras na luta contra a escravidão. Importante no jogo político da trama.

Bobó, o Sacristão – Cláudio Galvan

Figura folclórica da cidade. Ajuda o padre nas missas, varre a igreja, faz as óstias, bate o sino e, nas horas vagas, trabalha com o comerciante Manoel no armazém, porque Frei José paga pouco. Simplório, sincero, engraçado e leal por natureza, se transformará em uma espécie de receptador de escravos libertos das prisões e senzalas.

Maria Das Dores – Cris Vianna

Bela mulata, filha de um branco com uma negra. Deitou-se com o Barão antes dele casar com Cândida. Dessa união, nasceu Rafael.

José Coutinho – Eduardo Pires

Depois de estudar na capital, José volta à Araruna e convence o pai a alforriar seus escravos, mas mantê-los trabalhando em suas terras, em troca de salário. Mais tarde, se encanta por Adelaide, escrava de Sinhá Moça, porém seu pai tem outro plano: quer que ele case com Sinhá Moça para herdar a fortuna do Barão.

Martinho – Edwin Luisi

Escravagista por convicção, como o Barão de Araruna, o baluarte da resistência.

Ruth – Edyr Duqui

Negra, foi comprada pelos Fontes e imediatamente alforriada. Serve na casa como empregada doméstica remunerada e tem especial carinho por Ricardo.

Frei José – Elias Gleiser

Pároco da comunidade há tantos anos que até já perdeu a conta. Figura muito popular e querida, conhece Sinhá Moça e os demais jovens desde que eram crianças. Vive bem com os fazendeiros, sejam escravagistas ou abolicionistas, porque toma dinheiro de todos para sua igreja. Apesar de pregar a liberdade dos escravos, não chega a botar a mão no fogo acintosamente. Pelo menos, no início da trama.

Dimas – Eriberto Leão

É Rafael, o menino da casa grande que viu o avô, Pai José, morrer no tronco. Junto com a mãe, Maria das Dores, foi vendido a um mercador de escravos. Alforriado, muda de nome e apresenta-se a todos como Dimas. Volta cheio de ódio, querendo vingança contra o Barão de Araruna, seu pai. Estudou, mas sua grande faculdade foi a vida. Deve o que sabe ao árduo trabalho nas oficinas dos jornais por onde andou, antes de voltar a cidade natal. Não é à toa que se transforma em braço direito de Augusto na tipografia e entra com tudo na luta para a derrubada do último reduto escravagista do país. Apaixona-se por Juliana e é correspondido.

Bastião – Fabrício Boliveira

Escravo esperto, vivo e traiçoeiro. Tem a mesma idade de Sinhá Moça, embora não aparente, pelos sofrimentos que já teve na vida. Comprado pelo Coronel Ferreira, chegou à fazenda Araruna para servir dentro da casa. Tem especial birra de Bá, com quem jamais se entende. Cúmplice de Sinhá Moça, é o elo de ligação entre ela e a Senzala.

Tibúrcio – Fernando Petelinkar

Escravagista por convicção, como o Barão de Araruna, o baluarte da resistência.

Nina Teixeira – Gisele Fróes

Casada com Manoel Teixeira, é muito grata ao doutor Fontes por ele ter defendido seu marido. Extremamente religiosa, fez uma promessa à Santa Rita que obriga sua filha Ana a cobrir o rosto com um véu até subir ao altar com Rodolfo.

Eduardo – Guilherme Berenguer

O jovem engenheiro chega à Araruna para ajudar Manoel e José Coutinho a montar uma máquina de beneficiamento de café e acaba se encantando por Ana.

Justo – Gésio Amadeo

Negro comprado pelo doutor Fontes e, em seguida, alforriado. Com a chegada de Rodolfo, sua vida ganha um novo sentido: ele participa da luta pela libertação dos seus ex-companheiros de Senzala.

Feitor Bruno – Humberto Martins

Homem rude, que busca com crueldade a disciplina dos escravos. Não tem família, mulher, nem filhos e sonha manter, a qualquer custo, sua posição de feitor da fazenda Araruna. Cumpre todas as ordens do Barão e até “adivinha” aquelas que ele hesita em dar.

Ana do véu – Isis Valverde

É bela? É feia? Ninguém sabe na cidade de Araruna. Desde pequena, anda com o rosto sempre coberto e, por isso, foi apelidada de Ana do Véu. Só fica à vontade diante do pai Manoel e da mãe porque assim reza a promessa feita por Dona Nina à Santa Rita. E a religiosidade dela é tão forte que não há espaço para negociação: Ana só se libertará do fardo quando subir ao altar com Rodolfo e, se por acaso isso não acontecer, terá de ir para um convento. A menina cresceu com esta premissa, mas agüentou tudo calada, sonhando com o amor de seu prometido e uma casa repleta de filhos. Por isso, sua decepção é tamanha quando o advogado a despreza logo que chega da capital. É Ricardo, o irmão dele, quem tenta confortá-la e se apaixona antes mesmo de ver seu rosto.

Delegado Antero – Jackson Antunes

Delegado escravagista, que está sempre a serviço dos senhores da região e, em particular, do Barão de Araruna. Prepotente com os fracos, subserviente diante dos poderosos, defende seu cargo a todo custo porque sabe o quanto lhe custou chegar ali.

Pedro – Joaquim de Castro

Estuda Direito com Mário, Vila e Renato e sonha em mudar o mundo. Na luta contra a escravidão, ajuda a fundar a “Associação dos Abolicionistas de Araruna”.

Viriato – John Herbert

Escravagista por convicção, como o Barão de Araruna, o baluarte da resistência.

Sinhaninha – Larissa Biondo

Sinhá Moça aos 10 anos. Sinhaninha nasceu e cresceu entre os mimos de sua ama de leite Virginia, a Bá, e a doçura da mãe. É meiga e gentil, mas desde pequena possui uma força interior que impressiona. Foi criada com Rafael e brincou muito com ele, até o dia em que ele é vendido pelo pai, juntamente com a mãe, Maria das Dores. Isso lhe provoca um profundo choque, assim como a morte do velho negro Pai José, ex-reprodutor da fazenda que lhe contava histórias de fadas.

Inez Fontes – Lu Grimaldi

Mulher de Fontes e mãe de Ricardo e Rodolfo. É esteio dos três nas horas precisas e, quando lhe dá os tais “cinco minutos”, fala tudo o que lhe vem à cabeça. Tem consciência de que o marido abdicou de seus grandes sonhos em prol da segurança da família e, por isso mesmo, sente por ele grande amor e respeito. Secretamente, e correndo grandes riscos, ajuda Rodolfo e vê nesse filho o retrato do homem pelo qual se apaixonou no passado.

Rafael – Lucas Rocha

Filho do Barão de Araruna com a mulata Maria das Dores. Herdou a pele branca do pai e por isso, à primeira vista, ninguém o identifica como um mestiço. Menino vivo e altivo, é vendido com a mãe, mas retorna à cidade anos depois apresentando-se como Dimas.

Adelaide – Lucy Ramos

Bela mulata, que vive na senzala, triste e revoltada. Cobiçada por muitos brancos, jamais se entregou a algum deles e luta para fugir das garras de Honório, um dos capangas do feitor Bruno. Ama Justino com paixão, mas também não se entrega a ele porque está decidida a não gerar escravos. Ainda que saiba sobre a lei do Ventre Livre, não entende como ela liberta os filhos e mantém as mães cativas. Mais tarde, será levada por Sinhá Moça para viver na casa grande e se transformará em sua dama de companhia, aprendendo muito com ela. Faceira, encanta a todos e apega-se tanto a sua Sinhazinha que seria capaz até de morrer por ela.

Bento – Marcelo Batista

Sob o comando de Justino, os escravos Bento e Thomaz tentam fugir da senzala com Fulgêncio. Recapturados, vão viver na fazenda até o grande momento da libertação.

Capitão-do-mato – Maurício Gonçalves

Um cão perdigueiro, cuja vida foi dedicada à perseguição de escravos fujões. Orgulha-se de ser o melhor entre todos, porque jamais uma vítima escapou-lhe ao faro. Já machucou muitos negros, mas isso não lhe traz remorsos. É o seu trabalho, o seu destino.

Pai José – Milton Gonçalves

Homem altivo e forte, apesar de seus mais de 80 anos. Tem tantos filhos, netos e bisnetos, que não sabe nem contar. Transformado em escravo reprodutor pelo pai do Coronel Ferreira, permaneceu assim até o Barão assumir as rédeas da fazenda. Já velho, começa a sonhar com a liberdade dos negros e por isso morre no tronco. É avô de Rafael – mais tarde, Dimas – e pai de Maria das Dores, Justino e Fulgêncio, os dois últimos de sua enorme linhagem.

Manoel Teixeira – Oscar Magrini

Comerciante próspero, dono de casas de aluguel, bem posto e acomodado na vida, depois de dura luta. Casado com Nina, teve com ela uma única filha, Ana, sua maior riqueza. Violento no passado, livrou-se da prisão por uma brilhante defesa de Fontes, a quem é profundamente grato. E foi tão longe nesta gratidão que ofereceu sua menina para se casar com Rodolfo, o filho mais velho de seu compadre. Fontes respondeu com um sorriso e Manoel e sua mulher tomaram o gesto como um sim, levando a sério o compromisso.

Coronel Ferreira – Osmar Prado

De caráter forte e dominador, porém sensível, o nobre Barão de Araruna herdou a região desbravada e colonizada por seu pai e o viu trabalhar arduamente para formar seu patrimônio. Defensor intransigente do regime escravagista, é extremamente inflexível com os negros e não aceita a idéia da abolição. Marido de Cândida e pai de Sinhá Moça, tenta apagar da memória seu envolvimento com a escrava Maria das Dores na juventude. Nunca suspeitou da existência de seu filho mestiço Rafael, talvez porque, inconscientemente, nunca quisesse sequer pensar nessa possibilidade. Quando sente que está perdendo o controle político de Araruna, elege o jovem Rodolfo como genro e não esconde que sua intenção é transformá-lo em seu sucessor.

Honório – Osvaldo Baraúna

Auxiliar do feitor Bruno, é um homem treinado para lidar com escravos e não discute jamais o lado humano da questão. Dá-se por satisfeito por não ser um deles. Sente-se atraído por Adelaide e representa uma ameaça para ela.

Coutinho – Othon Bastos

O pior dos fazendeiros. Alertado pelo filho José, percebe a aproximação da abolição e, adiantando-se, alforria os negros de sua fazenda. Um golpe de mestre para a época, pois acaba com a escravidão propriamente dita em seus domínios, mas cria outra: a econômica. Os escravos continuam trabalhando para ele e ganhando uma miséria, que não chega para pagar o seu sustento. Embora livres, também não podem ir embora dali, pois lhe devem muito dinheiro. Desmascarado por Rodolfo, transforma-se em seu grande inimigo, até porque seu maior sonho é casar o filho com Sinhá Moça, para que ele herde as terras e a fortuna do Barão.

Cândida – Patrícia Pillar

Fina e recatada, é a bela mulher do Barão de Araruna (Osmar Prado) e a mãe amorosa de Sinhá Moça. Atua como um pára-raio entre ambos, mas sem muita força para afrontar o marido. Reconhece e até aceita as idéias abolicionistas da filha, mas esconde este sentimento. Tem por Virginia, a Bá, um respeito muito grande e reconhece que deve a ela a vida de sua menina.

Doutor Fontes – Reginaldo Faria

Advogado formado, chegou à cidade atrás de carreira e fortuna, mas logo se casou com Inez e teve os filhos Rodolfo e Ricardo. Foi também amigo do pai do coronel Ferreira, a quem serviu como defensor de muitas causas. Por este motivo, goza da total confiança e amizade do Barão, porém o bom senso manda não enfrentá-lo. É apenas por baixo dos panos que estimula o movimento nascente contra a escravidão e freqüenta reuniões para discutir as idéias abolicionistas.

Nogueira – Rogério Falabella

Fazendeiro abolicionista que vive sob a influência política e econômica do Barão de Araruna. Na verdade, é um revolucionário de boteco e não coloca nada além das palavras na luta contra a escravidão. Importante no jogo político da trama.

Fulgêncio – Sérgio Menezes

Irmão de Justino e filho de Pai José. É um escravo altivo, que tenta fugir da senzala e sofre duras conseqüências. Recapturado, responde com atrevimento ao Barão de Araruna e é atacado por este a chicote, sendo, acidentalmente, atingido em um dos olhos. Por causa de uma infecção, perde também a outra vista e fica cego. A bondade e os cuidados de Sinhá Moça fazem abrandar a revolta que nasce após esse triste episódio. Transforma-se num “louco manso” a perambular pela fazenda.

Juliana – Vanessa Giácomo

Neta de Augusto, é bela, faceira e inteligente. Cuida da casa com todo esmero e, nas horas vagas, às escondidas, procura aprender o ofício do avô na tipografia. Tem veneração por ele e quer sempre ajudá-lo. Quando Dimas aparece, sua vida muda para sempre.

Virginia, a Bá – Zezé Motta

Negra bondosa, sensível, meiga e respeitosa. Pariu um único filho em toda a vida e este lhe foi roubado dos braços ainda bebê, vendido pelo Barão num lote de escravos. Ainda assim, trazida para a casa grande, salvou a vida da recém-nascida Sinhaninha, porque a mãe, dona Cândida, não tinha leite. E o fez morrendo de dor, mas sem nenhum rancor pela criança. Apegou-se à menina como se fosse sua e, em nome desse amor, esqueceu possíveis ressentimentos do Barão. Sempre manteve a esperança de um dia encontrar pela vida o filho, fruto de seu único e velado amor: Pai José.

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