Santuário da Piedade: Irmã Benigna Victma de Jesus

Irmã Benigna

Foto da Irmão Benigna
Processo de beatificação da irmã que sofreu calúnia e humilhação

A Arquidiocese de Belo Horizonte finalizou a fase diocesana de coleta de dados do processo de beatificação da Irmã Benigna Victima de Jesus, que teve inicio no dia 15 de janeiro de 2011. O processo seguiu em janeiro de 2013 para andamento no Vaticano. O postulador da causa, o italiano Paolo Vilotta, foi o responsável por levar a documentação e dar andamento na Congregação para Causa dos Santos, em Roma.

Maria da Conceição Santos, a Irmã Benigna, nasceu em 16/8/1907, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. De família simples, em 1935 ingressou na Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade e iniciou seu apostolado prestando serviços religiosos nos locais designados pela congregação.

Em 1948, veio para o Asilo São Luiz, na Serra da Piedade, em Caeté. Ali teria sido posta em um chiqueiro, adquirindo várias doenças.
Em 1950, Irmã Benigna foi designada a prestar serviços em um asilo-hospital em Lambari, no Sul de Minas, e trabalhou como parteira e enfermeira. Morreu em 16/10/1981, em Belo Horizonte, com problemas cardíacos.

Quem foi irmã Benigna
Em 16 de agosto de 1907, nasceu na cidade mineira de Diamantina, Maria da Conceição Santos. De família simples, ela recebeu de seus pais os verdadeiros valores cristãos da religião Católica. Mesmo pequenina, revelava dons divinos e manifestava vocação para a vida religiosa. Participava de celebrações da Santa Missa, coroações, procissões e reza do terço. Em sua terra natal, Irmã Benigna fez o curso primário e aprendeu a tocar vários instrumentos musicais. Era uma jovem muito virtuosa. Como catequista e professora de violão, evangelizava crianças e adultos. Despertava em seus companheiros de infância e mocidade grande amor pelas coisas divinas.

No dia 11 de fevereiro de 1935, dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, Maria da Conceição Santos ingressou na Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. Em 19 de março do mesmo ano, dia dedicado a São José, ela fez seus primeiros votos religiosos nesta congregação mineira, passando a se chamar, a partir desta data, Irmã Benigna Victima de Jesus. Por amor e inspiração divina, ela escolheu este nome, entregando-se à plena vontade de Deus.

Iniciou seu apostolado prestando serviços religiosos nos locais designados pela congregação. A Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira, em Itaúna/MG, foi o primeiro local onde trabalhou. Lá, fez os votos perpétuos no dia 6 de janeiro de 1941 e diplomou-se em enfermagem. Em 1º de janeiro de 1943, foi nomeada Madre Superiora, assumindo, então, a direção desta casa. Em seu novo cargo, fundou uma maternidade que deu assistência às mães carentes. Depois de 12 anos de dedicação e trabalho, Irmã Benigna encerrou, com louvor, sua missão em Itaúna, com a certeza de que, através da fé e devoção a Nossa Senhora, havia levado luz a muitas famílias.

A exemplo dos Santos, Irmã Benigna também sofreu calúnias, tais como os rumores de uma possível gravidez e a acusação de ser uma freira comunista, sendo, pois, no ano de 1948, transferida em uma viatura policial para o Asilo São Luiz, na Serra da Piedade, em Caeté/MG, onde soube da demolição da maternidade em Itaúna.

Na Serra da Piedade, Irmã Benigna foi colocada em um chiqueiro, adquirindo, assim, várias doenças. Dr. José Nogueira, médico e amigo, ao visitá-la, percebeu a extrema fragilidade de sua saúde e, temendo o pior, comunicou o fato à diretora da casa, dizendo-lhe que a congregação seria responsabilizada por ele, caso algo acontecesse à religiosa.

Em 1950, Irmã Benigna foi designada a prestar serviços em um Asilo Hospital, na cidade de Lambari/MG. Incansável, ela deixou ali suas marcas, desenvolvendo um grande trabalho como parteira e enfermeira, dedicando carinho e amor a todos, sem distinção, e ensinando que a oração é a força para vencer todas as dificuldades e o caminho para se obter as graças de Deus, junto a Nossa Senhora. O número de pessoas daquela cidade que reconheciam dons especiais e divinos em Irmã Benigna era cada vez maior.