Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
Na última Olimpíada realizada em Atenas, o Brasil fez bonito no futebol feminino. Foi vice-campeão olímpico, perdendo apenas na final para os Estados Unidos. De forma diferente, a nossa ginasta Diane, não correspondeu à esperança dos brasileiros. Debaixo de muita pressão e menstruada no dia da apresentação, não se houve bem. Perdemos uma medalha considerada certa.
Por que algumas mulheres apresentam um rendimento abaixo do padrão em algumas situações corriqueiras? A resposta poderá ser encontrada na disfunção disfórica pré-menstrual ou TPM (tensão pré-menstrual ) como causa da mudança do comportamento e consequentemente dos resultados esperados. Um exemplo típico é a aluna que sai mal em uma prova, estando previamente preparada, justamente porque estava com TPM no dia da prova. Acometendo 75% das mulheres em idade fértil, a TPM é para muitas pessoas um verdadeiro pesadelo.
Muitas hipóteses tem sido feitas a respeito das causas deste distúrbio mas, atualmente, o que parece prevalecer é que sejam influências hormonais normais do ciclo menstrual que interfiram no sistema nervoso central e em diversas funções do organismo.
Parece haver uma íntima relação entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas (substâncias naturais ligadas a sensação de prazer) e os neurotransmissores tais como a serotonina (ligados à depressão).
Sendo parte integrante da vida da mulher, este período de sensibilidade e emoções alteradas, podem prejudicar as mulheres em entrevistas, disputas esportivas e até mesmo no convívio social. Os sintomas mais comuns vão desde uma fúria incontida até uma depressão profunda. No entanto para ser considerada doença, e portanto sujeita a tratamento, é importante que estes sintomas de fato interfiram nas atividades habituais da mulher e que os mesmos ocorram na fase pré-menstrual e não em todo o ciclo.
Quais os principais sinais e sintomas desta periódica mudança do humor feminino? Bem vamos enumerar algumas delas:
1. fraqueza afetiva, tristeza repentina, choro fácil, sentimento de rejeição;
2. raiva ou irritabilidade persistente, aumento dos conflitos interpessoais;
3. diminuição do interesse pelas atividades habituais;
4. sensação de dificuldade de concentração;
5. cansaço, fadiga fácil, falta de energia;
6. acentuada alteração do apetite;
7. distúrbios do sono;
8. sensação de estar fora do próprio controle;
9. inchaço e/ou sensibilidade mamária aumentada;
10. dor de cabeça;
11. dores musculares;
12. ganho de peso ou sensação de inchaço;
Passado a fase de TPM, as mulheres voltam a administrar de forma harmoniosa sua convivência. Hoje em dia existem vários tratamento naturais para TPM, entre eles a Acupuntura, massagens e o uso de plantas medicinais como a sálvia e o mentrasto. A Yoga e a meditação também são tratamentos importantes na eliminação destes sintomas tão indesejáveis. Portanto, as mulheres que são acometidas por este distúrbio, devem procurar tratamento médico, principalmente para evitar ser derrotada em provas, disputas e no relacionamento, pelo fantasma dos hormônios sexuais femininos.
Até a próxima
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.