Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
Os filmes podem ser emocionantes e fazer com que entremos na história e participemos também da película. Quantas vezes as pessoas se apaixonam por artistas ou criam ódio por outros artistas vilões? Muitas pessoas transferem sua realidade para a realidade dos cenários hollywoodianos, se emocionando em soluços e choros, sem contar com aqueles que imitam e se vestem como os artistas preferidos. E tem até mesmo aqueles e aquelas que adquirem maneirismos e cacoetes dos atores e atrizes.
Para os cineastas que fazem uma história, a diferença está na estratégia para envolver quem assiste, e esta é a principal meta: Fazer o assistente entrar na emoção do filme. Muitas vezes vemos a pessoa dos sonhos em uma tela de cinema, vivenciados através da imaginação que temos em participar das cenas. E os filmes eróticos? Por que tanta gente assiste essa espécie de tema? Será para cobrir alguma fraqueza ou timidez, e transferir para o papel do ator a virilidade que não existe na pessoa que assiste, ou conquistar a plenitude de um garanhão?
Existem aquelas pessoas que buscam uma forma de excitação, mas o meio para excitar, não é apenas o visual, mas sim as fantasias que o filme propõe. Algumas pessoas se estressam ao assistir um filme pornô, essas, em grande parte das vezes só fazem parte da imaginação das pessoas que não têm a intenção de transformá-las em realidade, por não se sentirem seguras sobre a sua capacidade de desenvolver uma performance adequada com o seu par. Assim, muitas vezes, por meio dos filmes é possível viver essas fantasias, como o sexo grupal, ou um casal acompanhado de uma terceira pessoa, ou viver situações que fazem parte da imaginação popular, como a fantasia de muitas mulheres. É também uma forma de conhecer como outras pessoas transam, se expressam, buscam prazer, seja de uma forma mais convencional, ou outras formas de expressão como o sadomasoquismo.
Apesar de toda essa dificuldade em lidar com esse tema, muita gente procura apenas um objetivo: Excitar, estimular o tesão e proporcionar o prazer. E isso, eventualmente, pode ser muito bom para a transa, como uma dentre outras formas de apimentar o encontro. Mas não deve ser a única forma de estímulo, nem é positivo que o casal dependa do filme pornô para se excitar. Pegar carona de vez em quando na excitação em cena e nas fantasias representadas pelos atores é saudável, mas depender delas para conseguir se excitar não, porque restringe, limita e afinal, há tantas possibilidades a serem exploradas.
Uma outra questão importante, é que muitos adolescentes, quando começam a se interessar por sexo, muitas vezes assistem a esses filmes, buscando aprender como é que se faz. É um grande risco achar que o que é mostrado na tela tem que ser repetido exatamente como é mostrado. Durante as filmagens, os atores são dirigidos e orientados a agir de determinadas formas, param a filmagem e depois recomeçam. Ás vezes uma cena demora semanas para ser gravada!!! O resultado final é diferente de como as coisas aconteceram durante a sua criação.
A performance mostrada no filme é diferente da realidade. Muitas pessoas acham que precisam ficar pelo menos meia hora em penetração para que seja satisfatória a relação, e querem executar exatamente o que vêem na tela. Não é assim. O casal deve se conhecer para saber o que lhe agrada mais, e principalmente reconhecer que o sexo é uma troca de energias que varia de pessoa para pessoa. Uma relação sexual satisfatória independe do tempo de penetração e de variadas posições, depende sim do entrosamento do casal.
Cada casal tem seu ritmo e sua forma de expressar sua sexualidade. Usando a imaginação, você poderá explorar uma variedade muito grande de sensações e prazeres. O seu quarto dentro de sua casa, com seu velho ou novo companheiro, pode se transformar no melhor lugar para o relacionamento, depende da intenção e do envolvimento.
Agora… Filmando… Luz, ação, e amem-se como sabem e como podem!
Até a próxima.
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.