Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
No cotidiano estamos sempre nos enfrentando. Sim, enfrentando a nós mesmos. Costumo dizer que na grande maioria das vezes o nosso grande inimigo está dentro de nós mesmos. Dependendo da fragilidade e da labilidade a qual nos encontramos, deixamos de lado nossa auto-estima e nos deixamos dominar por idéias ou conceitos conhecidos como “tóxicas” ou aqueles que nos influenciam nas nossas atitudes.
A poluição está em todo lugar e não seria diferente se não nos fosse aludido o termo: “Mente Tóxica”. O psicólogo Bernardo Stamateas escreveu um livro que se transformou em best seller internacional sobre esse assunto, chamado Gente Tóxica, que descreve alguns tipos básicos os quais temos convívio a todo instante: O autoritário, o invejoso e o manipulador.
Muitas vezes, saímos do sério e entramos em discussão ou mesmo após um papo sentimos cansados ou “sugados” pela energia negativa do indivíduo. Na psicologia, muitos destes tipos de comportamentos são conhecidos como “sombras” e revelam como as pessoas são frustradas e necessitam se comportar assim.
O Best seller descreve bem estes tipos como sendo pessoas que interferem a todo instante na vida alheia. Ele chama de autoritário aquele que abusa do seu poder sobre os outros. Tira vantagem de sua posição e faz que a sua vontade prevaleça a qualquer custo, já o invejoso, o tipo mais comum, é aquele que pretende tirar o que você conseguiu e ele ainda não. O invejoso geralmente quer ver todo o mundo em situação inferior à dele, achando que ele se encontra na melhor posição de todos. O manipulador: é aquele que faz você fazer aquilo que ele quer pensando que é isso que você quer. Só que o ponto de vista dele se refere às suas necessidades e ao seu bem estar.
Bem, como não podemos estar escolhendo o tempo todo as pessoas que temos que conviver (isto se aplica também a parentes) como faremos para que estas pessoas tenham suas interações psicológicas anuladas. É importante ressaltar que não devemos nos desgastar emocionalmente tentando mudá-las. Mas é importante não deixar que elas nos infecte com suas idéias.
Aproveite para usar sua energia para si mesmo. Para que você tenha uma postura adequada, terá que antes de tudo ter uma autoestima forte e bem delineada. Como se consegue esta autoestima forte? Aprendendo a prestar atenção no mundo e em si mesmo de forma a não buscar punição para as deficiências e sim louvar as capacidades e virtudes.
As nossas atitudes são renováveis, dessa forma buscar melhorar a cada instante é um caminho que leva ao equilíbrio. Para isto temos que ter cuidado em nunca interferir na vida de alguém de forma invasiva. Quando você tenta mudar alguém, mostra que você tem, dependendo do caso, uma ação que às vezes fica bem em você e não no outro. Além do mais, todas as pessoas podem se lapidar e transformar seu defeito em qualidade. Geralmente estas pessoas sabem tudo sobre a vida alheia, mas não conseguem enxergar a si mesmas. Costumam falar: “Eu não tenho problemas” ou “É você quem está com problema”. Portanto, se essas pessoas não conseguem reconhecer o próprio valor, imagine ver o valor dos outros.
Reconhecer que não existem verdades “absolutas” e que cada um vive sua vida de acordo com o conteúdo emocional adquirido, torna-se fundamental. Dessa maneira, buscar compreender sem debater as influências que vem de pessoas invejosas, dominadoras ou autoritárias, é uma maneira de mostrar sabedoria. Portanto, é possível se proteger da “toxicidade” dessas pessoas e não deixar sua vida ser dominada por elas.
Não deixe sua emoção esvaziar diante destes tipos e invista na construção de uma autoestima forte. Só assim você poderá saber que as pessoas invejosas, o autoritárias e a manipuladoras, são indivíduos frágeis, carentes e antes de tudo necessitadas de ficar livre de frustrações.
Até a próxima.
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.