Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) é uma doença infecciosa causada por um micróbio da família dos coronavírus. Estes minúsculos seres podem dizimar uma grande população através de sua propriedade de alterar as defesas orgânicas, causando danos ao sistema nervoso e acometendo a respiração.
A propagação se dá por contato direto entre uma pessoa saudável e um indivíduo infectado. A pessoa doente elimina o vírus pelas vias aéreas, seja através da tosse ou da saliva. O vírus ainda se encontra em fase de estudos, pode também ser transmitido por um simples aperto de mãos, o que leva crer que o vírus é levado à mucosa da boca e daí se difunde por todo organismo.
Logo após a infecção, o vírus fica adormecido (incubado) por um período que pode variar de dois a dez dias. Depois, surgem os principais sintomas: febre alta (acima de 38°C), tosse seca (sem catarro) e falta de ar. Em alguns casos, a doença também pode causar espasmos e dores abdominais acompanhadas de diarreia.
A SARS provavelmente surgiu na China em novembro do ano passado. Seu agente causador, atinge principalmente as populações que vivem em condições precárias de higiene. A água e a presença de animais, podem ser os principais vetores carreadores da doença. A propagação para países asiáticos da mesma região, como Singapura e Vietnã, ocorreu devido ao trânsito de pessoas infectadas provenientes da China. O Canadá possui uma grande colônia chinesa e, por isso, também foi rapidamente afetado.
Quais os cuidados a serem observados?
Manter as mãos sempre limpas e, claro, evitar contato próximo com viajantes que chegaram de áreas afetadas são algumas medidas importantes. Além disso, devem ser canceladas viagens para as regiões onde a doença está em epidemia. Visitas a aeroportos internacionais, aglomerações em lugares fechados e exposições desnecessárias ao frio são outras situações de risco. Assim, também é possível afastar outros tipos de infecções respiratórias que são tão frequentes no inverno.
Suspeitar de pneumonia asiática se dá quando alguma pessoa que nos procure, tiver história de nos últimos dez dias, ter tido contato próximo com uma pessoa infectada ou esteve em áreas afetadas, apresentando febre elevada, tosse seca e falta de ar. Nessas circunstâncias, deve-se transferir o paciente para um quarto de isolamento e tomar as precauções adequadas (utilizar máscara e óculos especiais, luvas, avental e gorro), além de solicitar exames que possam confirmar o diagnóstico ou descartar a suspeita.
O Brasil poderá ser acometido pela SARS?
Sim poderá ser acometida caso não tome providências relativas à entrada de passageiros vindos de regiões afetadas. O vírus poderá se adaptar facilmente ao clima tropical do Brasil, além de contar com uma infra-estrutura sanitária, ainda deficiente em algumas regiões de bolsões de pobreza.
Desta forma, a prevenção continua sendo a melhor maneira de bloquear a proliferação desta terrível doença, que a exemplo da gripe espanhola, poderá ser tão devastadora como uma guerra nuclear.
Até a próxima.
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.