Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
Quase sempre os veículos de divulgação comentam sobre um tema realmente preocupante, que é a obesidade mórbida e suas consequências. Mas, o que significa este mal?
Obesidade mórbida é definida como sendo aquela onde os riscos de contrair uma série de doenças chegam a um limite crítico. A pessoa praticamente , passa o maior tempo da vida nos consultórios médicos e hospitais. Falta de ar, problemas circulatórios, pressão alta, artrite, varizes, diabetes são alguns dos males advindos do excesso de peso mórbido.
A classificação desse tipo de obesidade diz respeito ao “Índice de Massa Corporal” (IMC) maior que 40. Como calcular o IMC? Para sabermos o IMC, devemos dividir a altura pelo peso ao quadrado, que deverá estar por volta de 25. Exemplo: Um paciente pesa 100 quilos e mede 2 metros: 100 dividido por 4 (2 metros ao quadrado) é igual a 25.
Faça você também este cálculo. Se estiver maior que 25, comece a se cuidar. Esta doença não só piora a qualidade de vida, como também diminui o tempo de vida da pessoa em torno de 20%. Mas, que medidas tomar neste caso? Primeiro passo é procurar um médico especializado na questão. Segundo, conscientizar-se.
Como já comentamos anteriormente, a nutrição entra nesta história como o principal fator causador da obesidade. Portanto, para quem quer perder peso, a conscientização de uma mudança de hábitos torna-se fundamental. Esses hábitos, que muitas vezes são étnicos, provocam uma verdadeira explosão de obesos na sociedade. Um péssimo exemplo é dado pelos norte-americanos e argentinos. Comem mais do que devem e de forma equivocada.
Quem for aos EUA, deve se preparar para uma alimentação completamente carregada de carboidratos e gorduras. Um povo que se encontra no 1º mundo da economia, não sabe alimentar. Fast food, canned food, e congelados são parte integrante do cardápio diário. O breakfast, na realidade, é um hábito inteligente, pois deveríamos comer pela manhã, mais que o simples “café com pão”. Mel, aveia, granola, leite (Morno ou quente), café, queijo, pão e frutas, deveriam ser servidos como desjejum. Um almoço moderado (principalmente no calor) e refeições pequenas em períodos de tempo mais curtos, constituem uma ajuda ao metabolismo. Carne sempre magra e de preferência grelhada. Nada de biscoitos, bombons e doces nos intervalos. Só servem para estimular o apetite. Tudo feito com moderação deve ser permitido, inclusive os drinks e tira-gostos.
O descontrole da ingestão alimentar está muitas vezes ligado a problemas da esfera emocional. Muitas vezes a ansiedade e angústia são fatores precipitantes da hiperbulemia. O tratamento, nestes casos, poderá contar com ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.
Hoje, nos Estados Unidos e Argentina, estima-se que 60% da população está acima do peso ideal, existindo uma projeção que a obesidade será um dos grandes problemas sociais no ano 2050. Será que o planeta aguentará chegar lá? Bem, nosso desejo é que o ser humano mude sua postura com relação ao mundo e a si próprio.
Recomendações para uma dieta saudável tem sido uma constante nesta coluna. Atenção, o ditado popular, ” homem morre pela boca”, tem um sentido ambíguo. Morrer pela boca pode ser interpretado pelo que entra (comida) ou pelo que sai (palavras) dela, lembrando que veneno poderoso é aquele que possui sabor de prazer e poder de maldade.
Até a próxima.
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.