Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
Quando Frijoff Capra descreveu em seu livro “o ponto de mutação” a mudança do clima, e consequentemente a mudança de todo ecossistema, muitas pessoas devem ter rotulado o conteúdo do livro como “delirante”.
Ele previu a seca mundial e conflitos armados para posse da água. Quem poderia acreditar que a fumaça das chaminés das indústrias, que empregavam e foram meio de sustento de milhões de pessoas, ou mesmo os resíduos radioativos das usinas, juntamente com a depredação ambiental estivessem pondo a vida em risco.
Podem crer: O risco é real e galopa em direção ao presente. O mundo capitalista, consequentemente consumista, terá que mudar sua filosofia pois, a existência do planeta terra e de todos seus habitantes, desde plantas até os animais (incluindo o ser humano) se encontram na dependência da redução do consumo.
Depois de esconderem e pressionarem os cientistas para não expor a realidade do risco do aquecimento global à população, os líderes mundiais estão deixando escapar a realidade da triste situação, que é de alerta. Se quisermos deixar este mundo em condições de receber nossos descendentes, devemos mudar os conceitos de vida e principalmente dos bens de consumo, já que o capitalismo sobrevive em cima da produção e consumo.
Água, vegetação, umidade do ar entre outros, estão dentro da previsão do esgotamento. Sem água e umidade não é possível a vida animal e vegetal se estabelecerem. Desta forma, a população mundial terá que mudar sua maneira de viver, economizando tudo o que puder, inclusive, água. Esta será a grande regra, e de segurança mundial. Diante disto, o ser humano depois de milhões de anos de existência se vê acuado e preocupado com a esta situação.
Quando propuseram o tratado de Kioto, com finalidade de reduzir a emissão de gases industriais destruidores da camada de ozônio, estavam antevendo o futuro de um aquecimento global catastrófico que está a caminho se não tomarmos providências.
E quais são estas providências? A primeira delas é cuidar bem da natureza, evitando desmatamentos e depredações (iguais aqueles que acontecem até hoje lá na Amazônia), cuidar bem dos mananciais de água e economizar. Estas questões são básicas e passam pela vigilância de todos nós, que se não assumirmos uma postura ecologicamente correta, vamos acabar com a história da vida na terra.
Parece muito trágico, mas a realidade é esta. A terra passa drasticamente pela possibilidade de extinção. Enquanto houver formas de evitarmos esta catástrofe, devemos nos esforçar e ceder nossos hábitos e costumes, em direção ao ecologicamente correto. Isto é mais do que ética, é continuar a história que teve início há milhões de anos.
Devemos vestir a camisa dos “sensatos” e participar ativamente de movimentos contra os interesses de alguns empresários que à revelia vão destruindo tudo o que vêem pela frente. Assim, vamos em nome dos seres vivos do nosso planeta, ser defensores da vida, para podermos ser elo entre o passado e o futuro, através da essência que deixamos em nossos filhos, netos e gerações que merecem nosso respeito, e acima deles, o respeito a Deus.
Até a próxima.
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.