Dr. Carlos Eduardo Guimarães

Obesidade e emoções

Dr. Carlos Eduardo Guimarães*

A mente controla todas atividades orgânicas, tendo a capacidade de alterar as funções hormonais e de todo comportamento biológico.
Quando nossas emoções não estão adequadas, buscamos mecanismos compensadores que, muitas vezes, se traduzem em comer compulsivamente. Da mesma maneira que você afasta de quem não gosta, você vai se afastando de você mesma, e a melhor maneira de agredir-se, é deformando seu corpo.
Portanto, a obesidade “quase sempre” acontece como um resultado de emoções mal controladas e, como o padrão estético imposto pela sociedade é o modelo “magro”, estas emoções tendem a se sublimar criando uma falsa alegoria: Sou gordo, mas sou feliz! Na verdade, esta pessoa não sabe que obesidade é considerada uma doença que deve ser tratada como tal. Por isso, a melhor maneira de equilibrarmos o organismo é ter disciplina e controle sobre nossas atitudes.
E, aqui vão algumas dicas para que a pessoa possa evitar a obesidade:
** Sinta suas emoções e não tente camuflá-las. Encare com calma as situações ruins da vida; Procure um terapeuta que possa ajudá-lo.
** Se você se colocar como vítima e esperar que o mundo mude para você ser feliz, esqueça. Para conseguir um bom resultado, a mudança será sua. Só você tem a fórmula para mudar seu comportamento.
** A dificuldade em lidar com as emoções se traduz em descontar ingerindo comida. É a busca de um prazer que compensa a frustração. Cuidado!
** Desde a infância somos treinados a acreditar que alimentação, segurança e afeto estão ligados. Quando uma criança chora, alguém sempre traz algum tipo de alimento e coloca a criança no colo. Desta forma começa a obesidade na infância.
** A criança ouve armadilhas a vida toda que ficam “gravadas” no subconsciente. E, quando adulto, continua escutando: “Você é bonita porque comeu tudo”. Aí quando você engorda, começa o desprezo por si próprio. Você faz regime, emagrece, mas ao sinal de qualquer ansiedade, você volta a engordar.
Ao contrário, muitas pessoas conseguem manter o corpo e a mente em harmonia e uma metodologia atual e adequada ajuda este equilíbrio. Mas, para continuarmos bem é preciso ouvir a “voz do coração”, que é a verdade que se encontra dentro de nossa mente. Se formos seguir os modelos que a sociedade impõe, fatalmente estaremos deixando de gostar de nós mesmos. Manter a forma, antes de tudo, quer dizer: eu controlo meus atos e sou responsável por eles!
Antes de pensar que um corpo magro é “bonito?, lembre-se que os problemas de coração, coluna, joelhos e renais estão 10 vezes mais presentes em quem é obeso. Por isso acreditamos que uma atitude sensata seria buscarmos a saúde sintonizando o corpo e a mente.

À Querida dona Maria Alves (Portuguesa)
Esta crônica é dedicada a Você, que ensinou a todos que tiveram a oportunidade de convivência, que a vida é um grande momento, e devemos viver o dia de hoje como se fosse o último. Obrigado por ter tido a oportunidade de te amar e receber de você um carinho de Mãe.
Agora que acordaste do sonho da vida, te olho todas as noites, lá no fundo do céu, como a mais nova estrela de Deus.

*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.