Dr. Carlos Eduardo Guimarães

Palavras que curam e maltratam

Dr. Carlos Eduardo Guimarães*

Amor, perdão, bondade, felicidade, alegria, vida, saúde, nascimento, equilíbrio, compaixão, humildade, Deus, ajuda, irmão, companheirismo.
Todas estas palavras exprimem idéias, imagens, ações e sentimentos. Elas estão gravadas no subconsciente como ações vivenciadas, representadas pelo arquétipo significativo. Já observou quando alguma palavra que representa algo “nojento” é falada na hora das refeições? Logo desencadeia repugnância e muitas vezes até a perda do apetite. Desta forma, as palavras têm uma ideia dinâmica, que provocam uma reação “boa ou má” no organismo.
Quando expressamos algo, o cérebro busca na memória e reproduz, de forma a percebermos a representação inteira do pensamento. Assim quando lembramos de algum fato desagradável, logo acontecem “arrepios “. O mecanismo desencadeado no sistema nervoso pode ser de duas formas: a primeira, quando a idéia expressa algo perigoso, desagradável, representado pela liberação de adrenalina. É difícil pensar que esportes radicais que liberam adrenalina (estressam) possam ser algo agradável…. Tem gosto pra tudo, inclusive brincar com a possibilidade lidar com o medo e a coragem. A segunda, representa um pensamento direcionado para sensações boas e positivas, liberando mediadores como a serotonina.
As palavras sintetizam e simbolizam imagens, ações e sentimentos. Quando proferimos a palavra difícil, logo a memória libera junto com a ideia, hormônios neurotransmissores, que trazem ao organismo um sensação desagradável e negativa. Se você substituir a palavra “difícil” por “trabalhoso”, o sistema nervoso irá liberar uma química positiva, pois trabalho traz uma ideia boa.
A forma de pensar criando uma estrutura positiva, traz à pessoa um bem estar e uma grande possibilidade de sucesso. O cérebro aceita como verdade tudo o que é pensado, inclusive idéias delirantes. As idéias são criadas através de ondas (imaterial ), da mesma forma que a luz (se manifesta ora como onda e ora como partícula), se organizando não só no sistema cerebral, assim como todas as células do corpo humano.
Desta forma, um pensamento preocupante pode atingir o estômago e provocar uma úlcera. Tudo isto guiado pelo hipotálamo, hipófise e a supra renal (organizam o pensamento). Os neuro-hormônios produzidos pelo pensar, vão dar movimento às células, fazendo com que elas trabalhem dentro de sua capacidade fisiológica.
Quando as idéias são destrutivas ou melancólicas, vão ser lidas pelas células que obedecem as vibrações das ondas pensantes. Assim, o sistema imunológico recebe mensagens mentais e reage, melhorando as defesas do organismo ou ficando deficiente. Se a ideia for depressiva, o imunológico deprimido, criará condições para infecções viróticas e bacterianas, assim como desenvolvimento de tumores.
Quando falamos a palavra beleza, existe gravada na mente sua imagem exprimindo uma atitude de bondade e de felicidade, que é recebida por todas as células do corpo. Ao contrário, quando falamos: Minha vida é uma desgraça!, estaremos incorporando a ideia de infelicidade, que é recebida prontamente pelas células, que reagirão de forma constrictiva, ou seja, suas funções ficarão deficientes, adaptando ao sentimento.
Por isso é importante entender que o ser humano é integrado. Qualquer modificação no emocional, implica alteração nas células que existem para se expressar em função das atitudes mentais. Pensar em atitudes positivas ajudam a mudar uma situação adversa. Criar uma forma de vida positiva implica em selecionar adequadamente aquilo que estamos vivendo, como: escolher bons filmes, programas (TV) que contenham sugestões boas, boa leitura e conviver em ambientes agradáveis. Ouvir “conversa fiada”, fofocas e assuntos negativistas, só contribuem para que haja incorporação deles na nossa vida.
Assim, dar uma chance ao progresso é dar ouvidos a assuntos construtivos. Usar palavras coerentes, significa expressar sua relação de “bem” com o mundo.
UM BOM FIM DE SEMANA e até a próxima.

*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.