Dr. Carlos Eduardo Guimarães

Porque homem gosta de mulher nova

Dr. Carlos Eduardo Guimarães*

Um assunto sempre difícil de abordar é este que discute a idade entre as pessoas e seu envolvimento com a sexualidade. A medicina oriental advoga de uma maneira bastante clara que os hormônios sexuais femininos aparecem e terminam sua produção mais precocemente que nos homens.
Basta você observar um menino de 14 anos e uma menina da mesma idade. O menino não possui barba, nem tampouco caracteres que denotem amadurecimento sexual, já a menina, com seu corpo formatado, possui menstruação e capacidade reprodutiva.
Estas ?moças?, geralmente têm sua atenção voltada para os rapazes mais velhos, com características físicas e emocionais definidas. Isto não é invenção da mídia nem tampouco de antropólogos ou psicanalistas. É um fato. Por isso, inconscientemente, os casais procuram se ajustar dentro dessa ótica.
Claro que isto não é uma regra a ser obedecida por todos, visto que alguns casais possuem diferenças de idade, com a mulher mais velha que o homem e se harmonizam perfeitamente. Existem fatores de complementação e de atração pessoais que fogem de qualquer análise. Este assunto causa muita polêmica, mas isto acontece também no reino animal. As fêmeas se acasalam preferencialmente com o macho mais velho. É a natureza inconteste.
Na medicina tradicional chinesa o ciclo de maturação sexual da mulher e do homem correm em velocidades diferentes. A mulher amadurece física e emocionalmente mais depressa que o homem. O que provoca este amadurecimento são os hormônios sexuais, que despertam os seres para a sexualidade. Desta forma, quando a menina têm o estrogênio (hormônio) pleno, vai ter a libido despertada. Diante desta diferença de velocidade de maturação hormonal, os cientistas garantem ter realizado o primeiro estudo que confirma que a preocupação com a REPRODUÇÃO – a obrigação de ter mais filhos em menos tempo – é o que causa a típica diferença de idade dos casais.
O estudo, que foi publicado no British Journal Biology Letters, foi escrito por Martin Fieder, um antropólogo da Universidade de Viena, e por Susanne Huber, ecologista da Universidade de Medicina Veterinária de Viena. Pesquisadores trabalharam com a teoria de que os homens preferem mulheres mais jovens e atraentes para aumentar suas chances de um sucesso reprodutivo. Por outro lado, as mulheres preferem homens mais velhos e bem-sucedidos que possam prover meios e segurança e, assim, aumentar sua chance de sobrevivência da prole.
Os pesquisadores analisaram informações sobre a população sueca, num universo de 11.500 homens e mulheres nascidas entre 1945 e 1955 para verificar em que idade eles se tornaram pais. Nos casais que permaneceram juntos, a maioria das crianças nasceu em lares em que o pai era de quatro a seis anos mais velho do que a mãe. Mas quando os casais se separavam, eles procuravam parceiros mais jovens do que os primeiros para futuras uniões. Isto acontecia especialmente entre os homens mais velhos que preferiam mulheres bem mais novas. Já quando elas procuravam um novo parceiro, geralmente escolhiam um homem um pouco mais velho que elas.
?A idade preferencial para os parceiros aumenta a boa saúde reprodutiva tanto de homens, quanto de mulheres?, disseram os autores que esta característica foi adquirida através dos milênios de evolução.
Pena que os cientistas, com raras exceções, não tenham estudado a ciência milenar chinesa ou indiana, pois se tivessem tido a oportunidade teriam uma outra impressão do assunto. Aspectos psico-afetivos não foram analisados nesta pesquisa, pois sabemos que existem homens que se apaixonam por mulheres mais velhas e mantêm uma relação estável.
Portanto fica pra você pensar nesta questão: Panela velha é a que faz comida boa (?) ou… burro velho gosta é de capim novo? Até a próxima.

*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.