Dr. Carlos Eduardo Guimarães

Quem tem medo de fazer sexo? (Parte 1)

Dr. Carlos Eduardo Guimarães*

Bem, nosso tema deste final de semana será sobre sexualidade e duvido que alguém passará por esta página sem dar uma ?espiadinha?. Vamos comentar sobre os problemas sexuais do homem e da mulher. Nesta semana estaremos comentando sobre os problemas sexuais do homem e na semana que vem, os problemas sexuais da mulher.
Falar em sexualidade torna-se impossível sem a citação do pai da psicanálise, o grandioso Sigmund Freud (leia-se Froide) nascido em 1856, na Áustria. Todo mundo comenta, mas sabe pouco deste gênio. Afinal qual era a base da teoria sexual freudiana?
Freud, teve como base da teoria comportamental, o prazer, os conflitos e seus equivalentes sexuais. Freud acreditava ser a pulsão sexual a base do desenvolvimento emocional e comportamental, dividida em várias fases, desde o nascimento até a vida adulta. Freud sempre achou que existia um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Na maioria das vezes os instintos irracionais são os determinantes dos nossos pensamentos e nossas ações. Estes impulsos podem trazer à tona necessidades básicas do ser humano, como por exemplo: As disfunções da sexualidade.
Freud pensava que a repressão da sexualidade poderia ser manifestada depois de muitos anos, através de um comportamento conflitante, histérico e neurótico. Apesar deste enfoque, nem sempre só a questão dos conflitos emocionais são causadores da insatisfação sexual. Temos vários fatores orgânicos que podem influenciar negativamente a atividade sexual, gerando as chamadas disfunções sexuais. A origem das disfunções sexuais está associada a fatores orgânicos ou psicológicos; mas em geral, uma combinação desses fatores estará sempre presente.
Além disto, é importante saber que muitas substâncias diminuem, em vez de intensificar, a experiência erótica; por exemplo: álcool, drogas, barbitúricos e outros medicamentos. Vivendo várias circunstâncias no dia a dia, e muitas delas caracterizadas por forte tensão emocional, temos aí configurações de grandes obstáculos para que a pessoa encontre a plenitude sexual. Se a pessoa tiver vivenciado alguma perda muito importante ou ameaça de desestruturação profissional, hostilidade conjugal, ansiedades de desempenho ?na cama?, sentimentos de culpa e vergonha, terá uma grande possibilidade de um fracasso sexual. Vamos citar algumas das alterações sexuais que são mais conhecidas.
As disfunções sexuais são classificadas como:
1- primária: a pessoa sempre apresentou o problema, desde que iniciou sua vida sexual;
2- secundária: a pessoa começou a apresentar uma dificuldade tardiamente, embora tenha vivido anteriormente satisfatoriamente sua vida sexual. Além disso, podem surgir em qualquer idade e em ambos os sexos.
Vamos citar abaixo, algumas alterações sexuais mais comuns nos homens.
Impotência sexual ou disfunção erétil – incapacidade de conseguir ou manter uma ereção suficientemente firme para a penetração. A impotência secundária é a mais comum e pode ocorrer em qualquer idade; em nossa cultura configura-se como um grande monstro que amedronta a maioria dos homens. Na maioria das vezes, a disfunção erétil é um enorme pesadelo psicológico. Um homem pode apresentar falhas de ereção em determinadas circunstâncias e funcionar perfeitamente em outras. Episódios isolados de falha na ereção são muito comuns e não significam um problema maior, podem ser resultados de alguma preocupação.
É importante lidar com essas situações de forma mais tranquila possível, pois se o homem ficar extremamente decepcionado com seu “fracasso” poderá desenvolver uma ansiedade de desempenho que fatalmente irá desencadear dificuldades sexuais futuras.
Ejaculação precoce- Dificuldade em manter controle voluntário da ejaculação, prolongando-a; o orgasmo pode ocorrer durante as carícias que antecipam a penetração ou tão logo comece a penetrar.
Quando o homem sempre ejacula sem querer, a relação sexual acaba sendo pouco prazerosa, tornando-se um dos problemas mais comuns. Alguns homens tentam vencer sozinhos esse problema usando pomadas para diminuir a sensibilidade do pênis ou acham que um pouco de bebida alcoólica poderá diminuir a rapidez ejaculatória; são tentativas pouco eficazes, pois o controle se dá às custas de artifícios onde a espontaneidade e o prazer ficam prejudicados.
Ejaculação retardada – dificuldade em ejacular, apesar da presença de uma ereção firme e de níveis altos de excitação sexual. O homem demora muito tempo para chegar ao orgasmo, em alguns casos só consegue se masturbando sozinho. Essa disfunção pode ser uma fonte de prazer sexual, em alguns casos, porém, longos períodos de penetração podem ser desconfortáveis física e psicologicamente para a mulher.
Dispareunia – sensações dolorosas no pênis ou nos testículos durante a relação sexual; costumam estar associadas a um problema na próstata ou na vesícula seminal.
Semana que vem estaremos comentando sobre os problemas sexuais da mulher…
Até a próxima.

Quem tem medo de fazer sexo? (Parte 1)
Quem tem medo de fazer sexo? (Parte 2)
Quem tem medo de fazer sexo? (Final)

*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.