Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
O jornal “O Tempo” dedicou uma página às belezas naturais de Caeté. Exaltava com um certo louvor a grandiosidade da Serra da Piedade como um santuário ecológico e religioso, capaz de arrebanhar multidões de fiéis e turistas.
Da mesma forma que declinava a vocação turística graças ao patrimônio natural, execrava de forma impiedosa a falta de estrutura da cidade para receber os turistas.
Em um trecho da matéria, um morador da cidade testemunhava a falta de infraestrutura relatando a deficiência na inexistência de hotéis, restaurantes e atrativos que pudessem levar a cidade a um patamar de aproveitamento econômico. Chamou a atenção também sobre a precariedade do sistema de ônibus que ligam Caeté a região metropolitana. É sabido que a indústria do turismo é a que mais movimenta dinheiro no mundo inteiro e que, o governador Aécio Neves tem como uma das prioridades do seu governo, tornar Minas uma potência turística.
Volta e meia os jornais focalizam Caeté, seja pela belíssima cachoeira de Santo Antônio, Morro Vermelho ou mesmo as festas religiosas que acontecem na cidade, sempre deixando explícito em suas matérias a falta de estrutura que a cidade demonstra ao forasteiro ou àquele que de passagem, para no meio de uma viagem para um descanso.
Agraciada pela história e pela natureza, a Estrada Real e o Circuito do Ouro, são focalizados como redenção de certos municípios que não estão dando conta de tanta gente que aparece durante as visitações. São estimadas as presenças de um milhão e oitocentos mil visitantes a cada ano, neste percurso. É muita grana rolando, e quem tiver olhos de falcão, certamente tirará proveito da situação. Pousadas, restaurantes e comércio lotados de turistas, indicam que o “Caminho do Ouro”, é um grande filão, que bem conduzido, poderá ser a redenção de muitos municípios. E Caeté, como está nesta história?
Engatinhando… tendo permanecido por muito tempo sem acreditar que o futuro já tinha começado, acorda neste momento, apostando na mobilização dos setores empresariais e sociais como alavanca para a redenção, apesar de ignorada pelos governos passados, vemos com bons olhos, o intuito do atual governo.
Caeté tem muito a explorar e crescer com esta fatia do mercado que acena em uma direção que certamente poderá prover a cidade de milhares de empregos, e conseqüentemente enterrar de vez a era da metalurgia, que foi durante décadas o escoadouros econômico da cidade. Dentre as diversas formas de explorar o turismo, temos o turismo saúde, que traz turistas interessadas em fazer tratamentos com águas, clima ou mesmo da medicina da região.
Para quem não sabe, Caeté tem no pé da serra da piedade, um local que é milagroso em termos de cura. O local recebe uma quantidade de ozônio vindo da serra do mar e que traspassa a serra do espinhaço inundando o local de uma atmosfera curativa. É só ficar lá respirando o ar puro!!! O local é conhecido como: Câmara hiperbárica natural. Alguns estudiosos da UFMG, de vez em quando, rodeiam o local indicando o ponto mais privilegiado.
O que vemos são presentes que a natureza deu aos habitantes da cidade, que na sua grande maioria, ignora ou não teve conhecimento da grandeza deste santuário natural e ecológico. O que esperamos é o trabalho da prefeitura, mais precisamente do Secretário Itamar Índio do Brasil, na mobilização dos segmentos capazes de desenvolver as diversas atividades e desta forma contribuir para o crescimento da cidade.
Recentemente, o editorialista Paulo Antônio relatou em suas prodigiosas crônicas, os períodos do desenvolvimento econômico da cidade, encerrando pelo o ciclo da metalurgia. Acredito em Caeté, e acredito na transformação da cidade em um pólo turístico, que sem dúvida acontecerá em poucos anos. É só trabalhar. É só deixar de lado a insensibilidade e pensar grande.
Abraham Lincoln em suas sábias palavras deixou gravado o seguinte: “O homem realizador é aquele que tem suas atitudes construídas sobre seu conhecimento, seus pensamentos em sintonia com a filosofia e principalmente sua vontade de transformar o mundo”.
Até a próxima.
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.