Dr. Carlos Eduardo Guimarães

Ultimamente tenho sofrido de esquecimento…

Dr. Carlos Eduardo Guimarães*

Com o passar do tempo, vamos tendo a impressão que os fatos antes guardados na memória, vão escapando para o esquecimento. Será que a memória vai esvaziando com o passar do tempo?
Pesquisadores da área neurológica fizeram experiências que contrariam o conceito popular que diz : ?A Caduquice é o presente da Velhice?. Os neurologistas comprovaram que o indivíduo que mantém um nível regular de leitura ou atenção, tem a memória preservada até atingir a senectude (terceira idade com saúde).
Para defender esta tese, fizeram testes que reuniam jovens (16 a 18 anos) e pessoas com mais de 50 anos. Fizeram leituras de textos e artigos contendo números. Logo após, fizeram perguntas sobre detalhes figurados dos textos. Para espanto de todos, os indivíduos com mais de 50 anos, que mantinham um nível regular de leitura, foram os vencedores. Aqueles que não tinham escolaridade ou tinham desatenção nas atitudes diárias, foram os que tiveram menor pontuação, independente da idade.
Um dos fatores que contribuem para que a memória fique debilitada, é sem dúvida o estresse associado à perda da vitalidade física.
Mais uma vez, acontece o aparecimento da vitalidade física como fator influenciador da saúde mental.

Ginástica Cerebral
Existe um tipo de ginástica chamado Cross Crawl ou ginástica dos hemisférios, que ajuda muito o desempenho do ser humano, seja no raciocínio ou nos reflexos musculares. Esta ginástica estimula simultaneamente os dois hemisférios cerebrais, favorecendo o aprendizado e a memória.
O total da oxigenação do corpo humano tem 25% do total aplicado no metabolismo cerebral ou seja, nos processos intelectuais. Por isso torna-se importante seguir os conceitos orientais que consideram a respiração uma forma de nutrição. Caminhadas ao ar livre, longe dos poluentes ambientais favorece o corpo e a mente.
No cérebro, existem várias conexões entre as células nervosas, e através delas transitam as informações entre os neurônios. O local do cérebro onde armazenamos estas informações, chama-se ?hipocampo?, que grava todas as sensações que obtemos, desde perfumes até ruídos. O Hipocampo fica sem estabelecer ligações com o córtex ( local da consciência e emoções ) quando é lançada neles a adrenalina ( hormônio do estresse ). Portanto a raiva, a ansiedade e depressão pioram a memória.
A alimentação também influencia, sendo as gorduras e laticínios ( em excesso ) prejudiciais ao livre fluxo de ideias. Então, a ideia de que envelhecer faz a pessoa ficar esquecida, pode ser jogada no lixo. A sabedoria depende da memória, e a memória da sabedoria.
Até a próxima.

*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.