Dr. Carlos Eduardo Guimarães*
O uso de bebidas alcoólicas, de forma moderada, tem sido levantado como uma maneira de combater doenças cardiovasculares. Sabendo do risco que oferece esta indicação, a prudência deve ser reforçada quando tratamos de bebidas alcoólicas.
Bem, nossa sociedade permanece permissiva em relação aos “drinks” e cada um tem o direito de levar a vida que lhe convier. O consumo moderado de bebidas alcoólicas traz ao indivíduo, menor risco de acidentes vasculares, conforme pesquisa realizada pela Universidade de Harvard (USA), devido ao fato de aumentar o colesterol “bom”. Este HDL (colesterol bom) evita a formação de placas que obstruem a circulação sanguínea, inclusive no coração e cérebro.
Além disso, o álcool atua como solvente de coágulos e evita os processos de formação de outros. Se você usar o tomate como “tira-gosto”, aí então ocorre uma redução de 50% no risco de ataques vasculares.
Quem bebe mais?
No Reino Unido as recomendações governamentais são de um máximo de 14 taças de vinho tinto seco ou 12 latas de cerveja ou 12 licores por semana (Frei Rosário tinha razão!). Sócio- economicamente, os povos do primeiro mundo possuem alimentação adequada, o que ajuda na desintoxicação e reparação dos tecidos, ao contrário dos países de terceiro mundo.
Outra variante é a qualidade das bebidas. Existem verdadeiras “bolas de fogo” engarrafadas. Deve-se evitar beber todos os dias, alternando os dias da semana e alimentando sempre com alimentos vegetais e proteicos.
CUIDADO! As bebidas alcoólicas são muito calóricas, portanto engordam muito, principalmente se ingeridas juntamente com alimentos gordurosos. Existem alguns especialistas que exaltam o risco nos bebedores da ocorrência de doenças hepáticas (hepatite e cirrose) e também doenças gastroenterológicas (gastrite e úlcera), além de lesões cerebrais, cardíacas e renais irreversíveis. Pessoas predisponentes a tais afecções devem ter cuidado na ingestão, já que reagem de forma intensa a qualquer intoxicação, seja alcoólica ou alimentar.
Por que preferir o vinho
Comparado a outras bebidas, o vinho apresenta maiores vantagens relacionadas à presença de variedades de compostos que têm efeitos anti-oxidantes (evitam o envelhecimento) e o revesterol (aliado contra o herpes e o câncer), além dos outros efeitos circulatórios citados.
O vinho tinto é, sem dúvida, melhor para a saúde que o vinho branco, devido ao fato da retirada da casca da uva no vinho branco; com isso perdem-se muitos benefícios.
Perfil do bebedor de vinho
Feita uma pesquisa na Itália sobre o perfil dos bebedores de vinho, ficou evidenciada a personalidade do apreciador de vinho como sendo: não fumante, culto e com predomínio do sexo feminino.
O vinho deve sempre ser acompanhado de água nos intervalos, o que suaviza os efeitos tóxicos do álcool e dá ao paladar maior poder de degustação.
Até a próxima!
*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.