Dr. Carlos Eduardo Guimarães

Você conhece alguém feliz no mundo das drogas?

Dr. Carlos Eduardo Guimarães*

Al Unser Jr., piloto mundialmente conhecido, vinha correndo pela equipe Kelley, anunciou que vai interromper temporariamente sua carreira para buscar tratamento para largar o álcool.
Unser Jr. que foi preso no último dia 9, acusado de ter batido na namorada e ter ficado nu na boate Gril Stars, alegou que bebe incontrolavelmente e perde a noção do que faz. “Reconheço meu problema com o álcool e por isso quero procurar ajuda. Estou pronto para esta nova fase da minha vida”, declarou o norte-americano, que será substituído na Equipe Kelley pelo compatriota Tony Renna.
Diego Maradona interna-se pela nona vez com objetivo de desintoxicação de cocaína. O ex-jogador da seleção argentina brigou na saída de sua residência em Buenos Aires com um fã que teria pedido um autógrafo, fato este que teria irritado o ex-jogador. Sofrendo de depressão, e alterações circulatórias, Maradona deverá ficar 30 dias em isolamento na clínica Dr. Mayo, na Bélgica. “Preciso largar a droga, mas não consigo. Quero me recuperar e voltar aos gramados como treinador”, declara angustiado.
Muito comum pessoas buscarem ajuda nos consultórios, para uma abordagem sobre o grave problema do envolvimento com as drogas. Levando facilmente à dependência física e emocional, as drogas tiram o senso crítico da realidade, substituindo o poder de resolução pela fantasia do prazer e da imaginação. As evidências do envolvimento com as drogas se evidenciam através das atitudes: O baixo rendimento intelectual, o desinteresse associado à mudança de comportamento evidencia o perfil do usuário. A ausência nos compromissos, o sono excessivo ou insônia e a dispersão mental fazem com que estes indivíduos percam a integração social e procurem ambientes de pessoas de hábitos semelhantes. As alterações da percepção, acompanhadas de disforia (ausência de senso crítico), levam estas pessoas fatalmente a decadência moral e social. Preocupado, o usuário sabe que o futuro acena com as mãos amarradas. Como devemos agir diante desta situação?
Segundo Karl Guiter (Psicanalista), as pressões sociais, podem levar o indivíduo a três caminhos: à ostentação, à solidão ou à depressão. A droga entra na maioria das vezes como paliativo, ou como relaxante, fazendo o indivíduo sentir-se bem disposto emocionalmente, deixando de lado a tensão do mundo contemporâneo. Este bem estar passageiro se mistura com o desinteresse e contribui para a despersonalização, ou seja, a transformação em comportamento atípico.
Álcool, a droga legalizada
Infelizmente a sociedade reflete pouco sobre a lógica comportamental e os fatores de desequilíbrios éticos e morais. Cercada de critérios completamente equivocados, aceita passivamente o uso de bebidas alcoólicas, fingindo desconhecer que a mesma tenha efeitos no comportamento e na destruição do sistema nervoso central.
Quase a totalidade dos crimes cometidos contra a vida humana está associada ao uso de alguma droga, principalmente o álcool. Devido à permissividade social, quase todos eventos festivos, são comemorados com bebidas alcoólicas que alteram o humor dos usuários, podendo levar da passividade à euforia ou à agressividade.
Continua na próxima edição

*Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), de 1997 a 2017, quando o jornal deixou de cirular impresso.