Ilha da Boa Viagem
O nome da Ilha da Boa Viagem, em Niterói (RJ), revela o desejo dos antigos visitantes de que a parada proporcionasse sorte nas jornadas em que precisavam embarcar.
Contornada pelas águas serenas da Baía de Guanabara, a Ilha da Boa Viagem apresenta um cenário bucólico. Relatos de fé e de defesa militar marcam este monumento natural e histórico, conectado ao continente por uma longa ponte de cimento. No século XVII, começou a ser construída a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem. Uma escadaria com 127 degraus leva até o templo, que desponta na parte mais alta da ilha. Em um plano mais baixo se encontram as ruínas do fortim.
De proporções intimistas e aspecto singelo, a capela virou centro de peregrinação de marinheiros. No templo, os homens do mar agradeciam por viagens bem sucedidas ou pediam benção para os próximos trajetos. A adoração à Nossa Senhora da Boa Viagem motivou a realização de festas religiosas, que culminavam com afetuosas procissões marítimas.
De acordo com relato do viajante Thomas Ewbank, do século XIX, a capela era marcada pelo tema marinho. Oferendas de marujos e fiéis compunham a maior parte da decoração. No teto, afrescos de naufrágio reforçavam a ornamentação, que ainda contava com painéis de azulejos holandeses azuis nas paredes e pia batismal de porcelana.
Além da vocação religiosa, o monumento foi historicamente destinado para fins militares. A visão privilegiada da Baía de Guanabara tornou a ilha parte do antigo sistema defensivo brasileiro. As ruínas do fortim permanecem como testemunhas destas memórias. Registros históricos apontam o ano de 1702 como marco de início da construção desta estrutura, que dispunha de cinco ou seis peças de artilharia.
Fonte: Iphan