Cabocla: Uma história de um amor impossível

Foto de Zuca (Vanessa Giácomo)
Neco e Belinha se conhecem no trem, numa viagem que os traz de volta a sua cidade natal depois de uma longa temporada de estudos no Rio de Janeiro. Imediatamente, os dois se apaixonam. Mas há um problema: um é filho do arqui-inimigo do outro. Nem é bom pensar no que seus pais fariam se descobrissem isso. Se bem que nem mesmo o casalzinho sabe. Por enquanto.

Neco estudou advocacia, mas desistiu dos estudos antes de se formar. Prefere administrar a fazenda do pai, o coronel Justino, que não gosta da idéia. E Belinha, que se formou professora, agora quer realizar o sonho de lecionar em sua cidade, contra a vontade de seu pai, o coronel Boanerges. Como se vê Neco e Belinha já têm problemas demais com a família. Seu romance seria o maior de todos.
A dor de um amor perdido

Ainda bem que não falta trabalho a Tomé, esse peão valente. Senão, ele não faria outra coisa além de pensar em Rosa, sua amada. O problema é que a moça desapareceu de sua vida ao fugir com um mascate. E agora só lhe resta sofrer por amor.

Tomé não se conforma com o que aconteceu. Mas, no fundo, ele tem esperança de que tenha havido algum mal-entendido e Rosa volte para a cidade. E não é só ele que torce por esse milagre: Generosa, a mãe da moça, também não consegue passar um dia sem rezar pela volta da filha.

Enquanto o peão sofre, Tina, a irmã de Rosa, se derrete de amor por ele. Mas Tomé não percebe. Ele nem tenta esquecer Rosa, por isso não tem olhos para Tina. Mas ela não vai desistir de conquistar seu coração. O complicado é fazer isso seguindo a rígida moral de seu tempo e região.
Coronéis rivais

Os coronéis Boanerges e Justino são rivais desde sempre. Não chegam a ser inimigos, pois se tratam com cordialidade e honestidade. São apenas adversários políticos, na disputa pelo poder na região. Nessa rivalidade, Boanerges é quem leva a melhor. Ele é presidente da Câmara, além de ser ?compadre? de meio mundo, respeitado por todos.

Cabe a Justino o papel de opositor do líder político. Prepotente, o viúvo não se conforma com a liderança de Boanerges e luta contra ela com todas as suas forças, embora sem sucesso. Por isso ele sonha casar a filha, Mariquinha, com algum homem rico que possa exercer na região o domínio que ele não conseguiu estabelecer.
Disputa pela terra

Entre as terras do coronel Justino e as do coronel Boanerges, existe o sítio do posseiro Felício, que mora ali desde que se casou com dona Generosa, há tanto tempo que ele até perdeu a conta. Por usucapião, Felício teria direito às terras que ocupa, mas o coronel Justino se vale da ignorância do posseiro e de seus conchavos políticos para tomar o sítio, alegando que Felício não tem a escritura do lugar. Não haverá trégua nessa disputa.

Justino será implacável. Mas não poderá contar com o apoio do filho, Neco, nessa questão. O jovem tem uma visão política muito mais moderna que a do pai. Neco sabe que Felício tem direito à terra e é contra a manobra de Justino. Entre pai e filho há uma grande discordância neste ponto. Resta saber quem vencerá a batalha.

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