A água sempre foi tratada como um recurso natural ilimitado, fornecido ao preço mais barato possível e, em qualquer quantidade desejada. Em muitos casos, drena-se ou desvia-se rios para obter-se benefícios localizados, de curto prazo.
As grandes demandas estão baixando os níveis dos lençóis subterrâneos em muitos países. Entre 1950 e 1980, a quantidade de água retirada de lagos, riachos e reservatórios nos Estados Unidos elevou-se em 150%, enquanto que a população em 50% no mesmo período.
Os lagos e rios do mundo recebem enormes quantidades de esgotos, detritos industriais e escoamento direto de loteamento urbano e de áreas rurais. Essas atividades estão envenenando as águas naturais de superfície e subterrânea, das quais dependerão os nossos entes vindouros.
Projetos de desenvolvimento hídrico, tais como diques, canais e programa de canalização de riacho, podem alterar seriamente a qualidade das águas, propagar doenças, destruir plantações e extinguir espécies de fauna e flora. Cerca de 80% de todas as doenças humanas estão relacionadas à falta de água tratada, ao saneamento básico deficiente e a falta de higiene generalizada. O custo humano em função da poluição da água é de mais de 25 milhões de mortes a cada ano no mundo.
Vitimados pela erosão do solo e pela falta de planejamento adequado, países de atividade agrícola, como o Brasil, mandam para os rios e represas o equivalente a 10 quilogramas de solo fértil para cada quilograma de grãos produzidos. Tomando como exemplo a safra brasileira de grãos de 1996, quando produziu-se cerca de 61,3 milhões de toneladas, só naquele ano foram milhões de toneladas de solo assoreando os rios e poluindo suas águas com herbicidas e pesticidas, lembrando que o Brasil é o quinto maior consumidor de agrotóxico do mundo.
A falta de planejamento ambiental, o crescimento demográfico mundial, a falta de saneamento básico, o crescente uso da água na agricultura e indústria, o uso de agrotóxico, desmatamento em áreas de preservação permanente, a ocupação e a poluição de áreas de mananciais, a especulação imobiliária, a produção de lixo, todos esses fatores levam à crença de que num futuro próximo falta “ÁGUA NO MUNDO”.
Na China, 35% dos poços artesianos já secaram e grande parte da água potável consumida naquele país é importada do Canadá. Hoje, mais de um bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água potável.
A preocupação com os recursos hídricos tem tomado conta da administração pública mundial, cenário comum a países pobres, aos em desenvolvimento e aqueles ditos de primeiro mundo, pois convivem num só globo.
Desde os anos 80, conflitos internacionais surgiram em função dos recursos hídricos.