Água: A Próxima Crise

No final dos anos de 90, o quadro ambiental do planeta se apresenta sombrio: relatórios internacionais de pesquisas, governamentais e não governamentais, apontavam para índices de degradação ambiental jamais registrados na história da espécie humana, que colocava o planeta em rota de colisão com a sustentabilidade.
Em junho de 1992, reuniram-se no Rio de Janeiro 183 chefes de estado de todo o mundo, na conferência das Nações Unidas, sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92), quando foi amplamente discutido o declínio ambiental do planeta – traduzido em declínio político, social, econômico. Como resultado desse amplo debate, foi elaborado um plano de ação estratégica para buscar a sustentabilidade do homem sobre a terra – a agenda 21 global.
Composta por 40 capítulos, a agenda 21 estabelecia estratégia de cooperação internacional, combate a pobreza, mudança nos padrões de consumo, proteção dos recursos hídricos, combate ao desflorestamento, manejo em ecossistema frágeis entre outros aspectos.
Quase dez anos do seu lançamento, a agenda 21, infelizmente atingiu resultados tímidos, pouco mais de 50 bilhões ou seja menos de 10% do que havia sido previsto, foram aplicados no seus programas em todo o mundo. Poucas nações empenharam-se na sua implantação. O Brasil por exemplo vem numa longa peregrinação por gabinetes, em discussões intermináveis.
E enquanto isto, a falta de água já é uma realidade, 650 municípios e 11 milhões de pessoas estão em estado de calamidade no nordeste. O pior: a escassez poderá se espalhar por todo o país.
Preparam-se: vem aí mais um racionamento. Se nada for feito com urgência, nos próximos meses e/ou ano as torneiras de residência e indústrias brasileiras poderão ficar tão secas, como o deserto. Novo Capítulo na sucessão de tragédias anunciadas, a falta d’água já atinge com violência inédita quase 650 municípios em nove estados do nordeste. Lá, mais de 11 milhões de pessoas convivem com a pior estiagem dos últimos 70 anos no país.
O fato novo e alarmante é que o caos da seca até hoje restrito ao pedaço mais pobre do país, pode se espalhar rapidamente por outras partes do território brasileiro.
Essa crise é mais complexa do que a energética, dizem os especialistas em recursos hídricos do país. Ela envolve: saúde pública, política agrícola, uso do solo urbano, investimentos sociais, entre outras.
Além disso, há um agravante: ao contrário da energia elétrica, ÁGUA É INSUBSTITUÍVEL

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