Meio Ambiente, Melhor Defesa dos Mananciais

A crise energética evidenciou um problema até então encarado com timidez ou diferença pelo poder público em todos os níveis: a iminente crise da água, resultado da superexploração e falta de preocupação ambiental com os mananciais.
Má distribuição de água, desmatamento, desperdício e conflito de uso são alguns dos problemas que tornam a escassez de água, não mais um preocupação de ambientalistas e técnicos alarmistas, mas reconhecida até pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seu pronunciamento sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente, ele alertou sobre a necessidade de preservação das fontes naturais.
Essa situação é resultado de um padrão de desenvolvimento sem planejamento que consome muita água e energia e não protege os mananciais. A distribuição dos recursos hídricos no país maximiza o problema já que 68% da água brasileira está na região Norte, onde vivem apenas 7% da população. Ao contrário, as regiões Sudeste e Nordeste concentram 43% e 29% da população, respectivamente, mas contam com somente 7% na região Sudeste e 3% na Nordeste, da disponibilidade hídrica.
A falta de planejamento na ocupação territorial não acontece só nas áreas urbanas. Nas zonas rurais, a agricultura e as estradas levam ao assoreamento dos mananciais como um todo. Os pequenos cursos d’água são desprezados nos empreendimentos, que fazem desaparecer nascentes e córregos, que somados representam grande volume de água.
Além disto, a falta de cobertura vegetal, que funciona como uma esponja para amortecer e fazer a chuva render é que garantem a vazão contínua de água ao longo do ano. Sem isso, os picos de seca e as enchentes ficam maiores.
A produção de água é uma das funções das florestas, mas 70% da população brasileira vive no domínio da Mata Atlântica, cuja vegetação foi reduzida pelo desmatamento a menos de 8% da cobertura original.
Por isso, a fonte está secando e as medidas conservacionistas são urgentes.
Não polua os cursos d’água, cuide do reflorestamento das nascentes. Ajude a preservar as matas, rios, córregos e lagos, antes que seja tarde.