Sem Medo de Dirigir

O medo é um sentimento que a princípio parece negativo, pesado, ruim. E realmente ele se torna assim quando é exagerado, irracional e o indivíduo não possui controle sobre suas emoções. Mas há pontos positivos. O medo faz com que diante do perigo iminente a pessoa recue e se afaste do que a ameaça.
O medo neste sentido torna-se um escudo protetor. Se, por um lado, instiga o valor e a coragem, por outro, em exagero, pode também produzir a depressão, a covardia, a neurose de angústia, a baixa auto-estima, a paralisação.
Dirigir exige atenção, conhecimento das leis de trânsito, saúde mental e emocional, habilidade motora, percepção. Demanda também investimento financeiro, de tempo e dedicação. Para conseguir a carteira é necessário passar por várias etapas e provas de habilidades variadas. Perguntamo-nos porque hoje em dia tantos indivíduos sentem medo exagerado de tentar conseguir a carteira de habilitação e de dirigir. Além do alto investimento financeiro e das conseqüências econômicas de não passar no exame, existe o desafio imposto pelo objetivo a ser alcançado. Dirigir implica correr riscos. Tanto financeiros quanto físicos. A frota de veículos aumentou e as vias não acompanharam essa evolução, entre tantos outros problemas e riscos a serem enfrentados no trânsito. No entanto, é importante, necessário, e para muitos indispensável dirigir.
Existem tratamentos para quem não consegue sozinho superar o medo de dirigir. No âmbito da Psicologia várias são as metodologias de trabalho, mas a linha “Comportamental Cognitiva” apresenta em tal situação resultados bastante positivos. Nessa abordagem são utilizadas técnicas de exposição gradual, ou seja, de forma progressiva, respeitosa, o indivíduo é convidado ao contato com o objeto temido. Nesse sentido não mantém a evitação. São criadas estratégias para enfrentar problemas identificados. Se desejar, após esse tratamento, o indivíduo pode fazer um trabalho mais aprofundado voltado para o inconsciente, através de outras linhas de trabalho. Fato é que se torna importante admitir a dificuldade, reconhecer e procurar os recursos para a superação. Existem técnicas adequadas e a cada dia aumenta o número de profissionais que se dedicam a esse tipo de demanda. Como disse Jung, “aquilo a que você resiste, persiste…”
Portanto, recorrer aos tratamentos e não deixar que o medo supere a atitude de buscar estratégias para equilibrá-lo é uma consciência importante aos que possuem esse tipo de desafio e desejam a resolução da questão.
“Antes que um problema se manifeste no corpo como sintoma, ele se apresenta na psique como tema, ideia, desejo ou fantasia. Quanto mais receptiva a pessoa for a seus impulsos inconscientes, e quanto mais ela estiver disposta a providenciar espaço para esses impulsos, tanto mais repleta de energia (e original) será sua vida” (Livro: A Doença como Caminho – Thorwald Dethlefsen e Ruduger Dahlke)