A insônia e o envelhecimento precoce

A busca de hábitos salutares torna-se cada vez mais divulgado por aqueles que têm consciência e discernimento. Fazer ginástica, alimentar-se com poucas calorias e descansar, são algumas práticas atuais.
Apesar disto tudo, parece que a maioria dos seres humanos gostam de viver de contradições. Mesmo sabendo das contra-indicações, as pessoas insistem em fabricar suas próprias doenças. Um bom exemplo cabe às pessoas que fazem da vida uma constante festa, sempre até altas horas da madrugada, ouvindo aquelas “músicas eletrônicas” a todo volume, confundindo entretenimento com adoecimento.
Nestas pessoas, com certeza, as rugas começarão aparecer precocemente, além da flacidez e das alterações hormonais. Esta rotina dos habitantes das cidades faz com que acreditem que para viver tem que liberar adrenalina, fazendo com que descansem menos que aqueles que residem fora dos centros urbanos. O excesso de luminosidade, barulho, dos horários irregulares, do stress profissional, da televisão… são agentes promotores da insônia e do mau humor.
Segundo as estatísticas, metade da população urbana do Brasil experimenta pelo menos uma noite maldormida por semana. Isso não é motivo para preocupação, sendo desnecessário a intervenção médica, muito menos o uso de medicamentos. Com o decorrer da semana, naturalmente volta-se ao normal. Ainda assim, o dia seguinte é de amargar. Há uma perceptível redução no desempenho, na criatividade e nos reflexos e os nervos ficam à flor da pele.
Mas o que tem haver insônia com envelhecimento precoce?
Existe um hormônio que se chama somatotrófico que é responsável pela vitalidade e renovação das células. Este hormônio é produzido pela hipófise, exatamente durante o sono. Quando não dormimos, o hormônio deixa de renovar e nutrir as células, causando desta forma o envelhecimento precoce.
A deficiência do hormônio somatotrófico no organismo causa enfraquecimento dos ossos, perda da massa muscular e celulite. Cada dia que passa, fica mais claro que, os cuidados com a saúde merecem disciplina e respeito. Disciplina não quer dizer que devamos ser rígidos demais, permitindo que eventualmente, as festas e os excessos ocorram de forma consciente. Mas é sempre ficar atento para não transformarmos a rotina diária em uma insônia. Falta de sono de boa qualidade e a duração necessária também provoca depressão, hipertensão, contribui para o infarto, derrame cerebral e o agravamento do diabetes.
Nos países de primeiro mundo, as festas populares que tem música ao vivo, são na maioria das vezes, realizadas durante o dia, que além de respeitar os ouvidos humanos, evitam atrapalhar o sistema de vida habitual da comunidade. Nestes países, o respeito é o primeiro sinal de exercício de cidadania, ? exemplo este que deveria ser seguido por todas as pessoas que vivem nos centros urbanos.
Até a próxima.

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.