O Azeite Extravirgem na Cura de Doenças

Quando tivermos alguma inflamação, seja na garganta ou nas articulações, aproveite a ocasião para experimentar tomar uma colherada de azeite, antes de tomar algum medicamento.
Ela poderá ser tão útil quando tomar um comprimido de aspirina. Parece receita de avó de alguma aldeia perdida na Grécia (o maior consumidor de azeite do mundo), mas vem de americanos acostumados a testar qualquer teoria, utilizando moldes científicos e testes em laboratório.
Pesquisas realizadas no Monnel Chemical Senses Center (EUA) descobriram no azeite extravirgem a presença de uma nova substância, batizada de oleocantal, que tem o mesmo tipo de ação antiinflamatória de medicamentos como o AAS e o ibuprofeno. A descoberta foi publicada na conceituada revista médica “Nature” no final do ano passado, realçando mais uma vez a importância de uma alimentação inteligente.
O oleocantal (substância do azeite) se soma a uma extensa e bastante divulgada lista de substâncias benéficas à saúde encontradas no azeite extravirgem. Além de ser rico em gorduras monoinsaturadas, que aumentam o nível de colesterol “bom” no organismo, protegendo-o de doenças cardiovasculares e arteriosclerose, possui substâncias como polifenóis e flavonóides, que têm ação antioxidante, capaz de proteger contra o envelhecimento precoce, alguns tipos de câncer e outras doenças.
Pesquisas sobre o azeite não faltam. O oleocantal é uma descoberta recente, mas já havia estudos mostrando a relação entre o alto consumo desse óleo e a menor incidência de doenças inflamatórias crônicas, como a artrite reumatóide. A grande diferença entre o azeite comum e o extravirgem se dá na retirada do óleo da azeitona. É considerado virgem o óleo extraído da azeitona por pressão mecânica. Outros óleos vegetais obtidos com a ajuda de processos químicos são chamados “refinados”.
A data de processamento e armazenamento do produto é outro fator a ser considerado. Ao contrário dos bons vinhos, que envelhecem bem, mesmo os melhores azeites precisam ser consumidos cedo. “Até dois anos quando fechado e bem conservado. Depois de aberto, deve ser consumido em, no máximo, três meses. Um cuidado que deveremos observar, é o alto valor calórico do azeite. Por isso, as gorduras devem ser consumidas com moderação para evitar o ganho de peso, mas não devem ser eliminadas da alimentação por serem altamente benéficos para a saúde.
Para aproveitar mesmo as vantagens do azeite extravirgem, porém, são necessárias várias condições. Ao ser aquecido, ele perde parte dessas substâncias, além de aumentar o seu grau de acidez. Alguns “chefs e Gourmets” aconselham variar o tipo de óleo de acordo com o prato e na com forma de preparo.
Um dos cuidados que deveremos ter, se refere ao uso do azeite na hora de saborearmos algum prato. Nunca aquecer ou fritar usando o azeite pois não só perde os polifenóis e flavonóides, como também perde o sabor. Devemos usar o azeite só na hora de finalizar o prato. Dependendo do tipo de azeitona e da região onde foi plantada, o óleo extraído terá características bem diferentes de aroma e sabor, podendo ser mais herbáceo, frutado, picante ou amargo. “Os herbáceos combinam com saladas, queijos e tomate. Frutados vão bem com carnes brancas e legumes e, se forem mais picantes, com grelhados de carnes em geral.
Por tudo isso, vai aqui uma sugestão: Comer bem faz bem para a saúde e evita gastos com hospitais e cirurgias. Pense nisso.
Até a próxima.

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.