Um hábito muito comum entre as pessoas é tomar refrigerante ou mesmo uma “cervejinha” durante as refeições. Tem gente que não almoça sem um “liquido” acompanhando as refeições.
Existe um mito que ingerir líquidos durante as refeições faz com que o indivíduo ganhe peso. Será que esta retórica tem fundamento?
Bem, o que acontece naquelas pessoas que têm o hábito de ingerir líquidos durante as refeições, principalmente se for mais de 200 ml, é uma dilatação das paredes do estômago, A sensação de saciedade (estar satisfeito) acontece quando o estômago está repleto e transmite este estado ao cérebro, fazendo com que o indivíduo se sinta “cheio”. Quando o estômago está dilatado, a quantidade de alimentos necessária para transmitir a sensação de saciedade é maior. Daí há necessidade de ingerir uma quantidade maior de alimentos para chegar ao estado de satisfação e consequentemente acontece o ganho de peso.
Outro mito é afirmar que ingerir líquidos durante as refeições aumenta a barriga. O que acontece é que o excesso de líquido misturado aos alimentos dilata o estômago, provocando uma sensação de “inchaço abdominal”, o que muitas vezes é confundido com o aumento da barriga. Esse aumento na quantidade de alimentos consumidos é que ocasionará o ganho de peso e, consequentemente, poderá contribuir para o aumento da gordura abdominal.
Na medicina oriental, um dos principais ensinamentos está inserido no conhecimento que uma boa digestão é fundamental para uma saúde perfeita. Esta digestão inicia na tranqüilidade do ambiente onde realizamos as refeições, na mastigação adequada e na escolha dos alimentos certos.
Durante a digestão, um dos trituradores dos alimentos, é o suco gástrico. Ele é composto entre outras substâncias, por ácido clorídrico, pepsina e renina. A renina é uma enzima que age sobre a caseína (uma das principais proteínas do leite) e é produzida pelo estômago durante os primeiros meses de vida. O ácido clorídrico é o responsável por manter a acidez do estômago. Em condições normais, este ácido corrói todos os alimentos, facilitando a absorção dos nutrientes pelos intestinos.
Outra enzima importante é a pepsina, responsável pela quebra das proteínas. Quando ingerimos muito líquido durante as refeições, a concentração de ácido clorídrico presente no estômago diminui e algumas enzimas são diluídas e dessa forma prejudica a digestão dos alimentos e pode ocasionar indigestão, gases e flatulências e doenças como: Gastrite e úlceras.
Outra questão é que na grande maioria das vezes, estes líquidos estão gelados, contribuindo mais ainda para uma má digestão. O frio interfere na ação enzimática fazendo com que a digestão se torne mais difícil. Tomar sorvete ou picolés após as refeições constitui um erro imperdoável. O excesso de líquido também diminui a absorção de alguns nutrientes, pois os alimentos passam mais rapidamente pelo intestino, local onde ocorre a absorção.
Para as pessoas que não conseguem abandonar esse costume, o tipo de líquido ingerido também é importante, os refrigerantes e as cervejas são mais prejudiciais, pois possuem gases que dilatam ainda mais o estômago. Nesse caso, é recomendado que substitua por água ou um suco de frutas natural.
O organismo necessita de um aporte de líquidos que varia de pessoa para pessoa. Em média são necessárias ingestões diárias de 2 litros de líquidos (não alcoólicos) por dia para manter as funções de umidificação e nutrição dos tecidos. Esta quantidade varia entre mulheres e homens e também de acordo com o biotipo constitucional de cada um. Existem indivíduos que tomam menos líquidos que outros, mas em compensação, o organismo perde menos água em suas funções.
Exagerar no consumo de líquidos também não é uma condição saudável. O corpo é inteligente e sábio, ele sabe o quanto necessita para manter uma saúde perfeita. Portanto, em um primeiro momento a ingestão de líquidos não faz o indivíduo engordar, mas em um segundo momento pela dilatação que causa, obriga a pessoa a comer mais, para que se sinta satisfeita, e daí a barriga e a obesidade são consequências.
Até a próxima