Alerta às meninas que fumam!

Muito comum chegarmos às portas dos colégios e observarmos meninas fumando cigarros de forma descontraída e até mesmo cheias de pose. Mal sabem elas o mal em que estão se envolvendo.
Aprender a fumar é um processo que despende tempo e é uma experiência muito desagradável nos primeiros tragos.
Mas o quê levaria estes jovens a entrar neste caminho tão combatido nos dias de hoje? Inicialmente, a época das descobertas (que acontecem na adolescência) traz a afirmação e o encontro aos desafios de saber andar com os próprios pés. Aquele autoritarismo familiar fica sublimado e a atitude de fumar significa, na maioria das vezes, o encontro com a liberdade.
Sem saber das conseqüências, os adolescentes, na maioria das vezes, não temem o futuro. Sempre é importante a informação ser dada de forma a sensibilizar as pessoas, fato que não observamos com os jovens. A imagem do cigarro está veiculada à imagem do adulto, geralmente bem sucedido. Para entendermos melhor, diríamos que o adolescente adota o modelo de adulto, identificando com as atitudes dos mesmos, sendo a figura do fumante o símbolo do risco assumido com consciência. Desde já, vamos ajudar a conscientizar os jovens, passando algumas noções dos riscos que são submetidos.
O cigarro contém substâncias nocivas que vão lentamente impregnando o organismo e levando este a deterioração. A nicotina (fecha os vasos sanguíneos) apresenta um poder de incorporar ao metabolismo dos hormônios e neuro-hormônios, e quando retirado abruptamente (o cigarro), ocorre uma mudança violenta no sistema nervoso.
Além de ser considerado um dos maiores inimigos da saúde, o tabagismo vem sendo pesquisado e a cada passo, novas e assustadoras conclusões são reveladas. Uma das mais recentes mostram que adolescentes que fumam têm maior risco de apresentar câncer de mama no futuro e alterações do crescimento estrutural.
Essa é a conclusão de um estudo realizado por cientistas canadenses e publicado em outubro na revista médica The Lancet. A pesquisa analisou alterações hormonais na mulher, com o objetivo de relacionar substâncias cancerígenas presentes no cigarro e o risco de câncer de mama. Responderam a um questionário duas mil mulheres, das quais metade tinha sido diagnosticado câncer de mama. Foram avaliados fatores como suspeitas de câncer de mama na família e tempo de vida como fumante.
O risco do câncer de mama associado ao fumo está provavelmente ligado à exposição a potentes substâncias cancerígenas contidas no tabaco, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, aminas aromáticas ou nitrosaminas. O tecido mamário é bastante sensível a algumas substâncias cancerígenas presentes no cigarro capazes de induzir tumores malignos. A possibilidade da incorporação e modificação hormonal, também aparecem como agente da malignização.
Apesar de bem adotadas, as campanhas de conscientização não conseguem atingir os jovens. As propagandas dirigidas aos jovens deveriam ter temas dentro da realidade deles (como: crescimento, beleza etc..). Desta forma acreditamos que além dos colégios e entidades juvenis, torna-se importante a incorporação da imagem do cigarro criando um futuro comprometido.
A incorporação da idéia do tabagismo à poluição ambiental e também como agente causador de mais de cinqüenta tipos de doenças declaradas, deveria ser evidenciada nas escolas de primeiro grau, quando a criança está descobrindo seu papel dentro da sociedade. Desta forma estaremos começando uma nova estratégia de comunicação com os jovens, que seria adotada com o tamanho e a forma que a consciência deles aceita.
Até a próxima.

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.