É muito difícil entender que a fonte geradora de empregos possa ter também o aspecto de vilã. Assim, temos as fábricas de cigarros e outros gêneros que geram empregos e desenvolvimento social, mas carregam o pesado fardo de criarem dependência e de serem vetores de doenças graves.
Antigamente os comerciais sobre o cigarro vinham carregados de alusões ufanistas evidenciando o fumante cercado de mulheres, carrões, barcos, aviões que traduziam “o sucesso”.
Com o passar dos anos a conscientização foi modificando devido, muitas vezes, a adesão aos movimentos ecológicos e naturistas, além da valorização do “físico” que carrega atrás dos exuberantes músculos a disciplina de hábitos.
Quem fuma, além de prejudicar a sua própria saúde, atinge muitas vezes pessoas que vivem ao redor das baforadas, reconhecidos como “fumantes passivos”. Aconteceu um fato interessante em uma paciente que desenvolveu enfisema pulmonar sem nunca ter tido contato prévio com substâncias poluentes industriais ou problemas pulmonares significativos durante sua vida, mas reconhecendo ser secretária de um inveterado fumante que queimava três maços de tabaco diariamente e quase sempre permanecia o tempo todo ao seu lado, devido a atividade profissional.
O cerco começou apertar quando alguns fumantes que adquiriram doenças advindas do tabagismo acionaram juridicamente as empresas fabricantes de cigarro exigindo indenização. Aliado a este fato, o Ministério da Saúde resolveu observar o prejuízo contabilizado em diversos segmentos econômicos, principalmente a trabalhadores (doentes) que faltavam ao trabalho e consequentemente o tratamento acabava caindo nos cofres do SUS.
Este movimento criou uma verdadeira frente de oposição aos fumantes, criando-se a frente de prevenção de doenças. Restaurantes, aviões, recintos públicos e privados são hoje implacáveis com a poluição tabágica. Como se não bastasse, uma campanha avassaladora se prepara para entrar em cena, divulgando fotos impressas nos maços de cigarros com estampas alusivas aos malefícios causados à saúde. Esta idéia, que se iniciou no Canadá, causou grande impacto na população fumante. Impresso na metade do maço aparece uma mulher seminua com homem ao lado em atitude de desânimo. Abaixo, dizeres gritantes : “O fumo pode levar a impotência!” Além da advertência escrita, a imagem fotográfica diz tudo. Nesta foto a mulher aparece com “ar de sedutora”, contrariando a face do homem que expressa “ar de tristeza” por ter fracassado.
Outras fotos também serão estampadas, como a de uma criança no balão de oxigênio ou de uma enfermaria de um hospital de cancerosos. Assim querem criar uma pressão terrorista aos adeptos do cilindro fumegante. Mas não pensem que os comerciantes ficarão acatando as imposições do Ministério sem uma reação. Já tem gente com idéia de fabricar carteira porta cigarros para esconder as fotos, piteiras revolucionárias e até doação de apólices de planos de saúde para quem fumar mais de 2 maços ao dia durante 10 anos.
Também não faltarão aqueles que, diante da fatalidade da impotência sexual, prometerão cartelas de viagra a cada 20 maços consumidos, ou mesmo próteses penianas a cada 10 anos de consumo. Enfim, a guerra comercial vai começar e estarão envolvidos todos tipos de apelo. O que importa é a consciência de cada um e a clarividência em compreender que apesar de lucrativo o uso da tabaco traz doenças incuráveis e irreversíveis, escondidas atrás de um prazer que pode trazer infelicidade.
Até a próxima