Cazuza, cantor e compositor de um passado recente, em uma de suas músicas colocou uma frase muito interessante: Eu vejo o futuro repetir o passado,/ Eu vejo um museu de grandes novidades…”.
Esta frase sintetiza muito bem o sentimento que as ”coisas” antigas poderão ser na versão atual dos acontecimentos. Isto mostra que a vida é cíclica e o ser humano é um copiador. Isso não foge da ciência. Existem muitos estudos atuais que mostram que o conhecimento arcaico, primário, é a base de todas teorias modernas que andam por aí. Assim foi com Albert Einstein, Lavoisier, Carl Gustav Jung, Darwin entre outros que se basearam nos livros antigos a declinação de seus achados. Todos leram o I Ching (livro de 2000 anos), o Mahabharata, Confúcio e Lao Tsé. Desta forma, pesquisar o legado dos antigos é sempre uma fonte de novas descobertas.
Nesta semana me deparei com uma matéria que revelava uma grande descoberta: As pessoas mal humoradas são mais inteligentes e têm uma memória mais aguçada, segundo um estudo realizado por um cientista australiano e publicado na última edição da revista científica Australasian Science. “A tristeza e o mau humor melhoram a capacidade de julgar os outros e também aumentam a memória”, assegura o professor Joseph Forgas, da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney. Enquanto um estado de ânimo positivo facilita a criatividade, a flexibilidade e a cooperação, o mau humor melhora a atenção e facilita um pensamento mais prudente”, explica o artigo.
Os cientistas ressaltaram que as pessoas com um estado de ânimo mais decaído possuem maior capacidade de argumentar suas opiniões por escrito, pelo que concluiu que “não é bom estar sempre de bom humor”. A pesquisa consistiu em uma série de experimentos nos quais se manipulava o estado de encorajamento dos participantes por meio de filmes e lembranças positivas ou negativas.
Na medicina oriental sempre tivemos explicações sobre a configuração dos comportamentos emocionais e da inteligência. Como conceito básico os orientais advogam que na natureza tudo tem a mesma origem. Os elementos, Água, fogo, madeira, metal, ar, espaço, terra que constituem o universo, estão em todos objetos e todos seres vivos. A proporção destes elementos varia de pessoa para pessoa e de objeto para objeto. Por exemplo: Uma pessoa muito vermelha, que transpira muito e come muito, tem dentro de si o elemento fogo como predominante. Já o indivíduo que dorme muito, é preguiçoso, engorda com facilidade, é considerado como tendo o elemento terra em grandes proporções dentro da sua constituição. Aquele indivíduo que possui o pensamento extrovertido e expansivo tem o elemento fogo em abundância. Já o indivíduo calado, tímido e ensimesmado, tem o elemento “água”, como dominante em seu organismo. Isto porque o fogo é quente, expansivo e calorífero e a água é calma, fria e contida. Isto se revela na personalidade do indivíduo.
A medicina Indiana (ayurvédica) e a Tradicional Chinesa, já diagnosticam há milhares de anos os indivíduos pelos elementos que eles têm em seu organismo e sabem as doenças que têm e quais os distúrbios de comportamento. Os orientais já falavam há mais de cinco mil anos que os indivíduos que possuem elemento fogo em abundância, são agitados extrovertidos e têm uma memória falha e déficit de atenção. E descreviam também os mal humorados, calados e ensimesmados como sendo mais atentos e que possuem boa memória. Isto tem exatamente cinco mil anos.
Atualmente, vem alguns cientistas bombasticamente, revelar a descoberta que pessoas mal humoradas tem melhor memória e atenção mais concentrada do que aqueles que são alegres e extrovertidos. Isto é plágio científico e mostra mais uma vez que a história é magnânima. Dessa forma, estamos frente ao “MUSEU DE GRANDES NOVIDADES”, que a ciência atual declara ser pai. Eu sempre digo que na grande maioria das vezes, a atualização científica não está nos livros que saíram da livraria hoje, mas sim nos conhecimentos dos antigos, que sem dúvida tinham uma relação com a natureza muito mais íntima do que aqueles que olham a natureza de binóculo. Desta forma Rousseau professava: “Vivere la vita et ancore filosofare” (viva a vida e depois filosofe). Até a próxima.