Estudo mostra risco de contração de Câncer

Sempre que as mulheres chegam à maturidade, vem o questionamento a respeito do uso dos hormônios de reposição. Sabendo que o final da menstruação (menopausa) traz em consequência a baixa de estrógenos (hormônios que estimulam a sexualidade) sempre vem acompanhado o temor do “vôo das mariposas”, ou seja o adeus à fase sexual da mulher.
Devido à possibilidade de manter a saúde física, mental e sexual, nenhum outro tratamento na história da medicina foi tão idolatrado e, em seguida, tão questionado. A terapia de reposição hormonal (TRH) apresentada nos anos 60 como a “pílula da eterna juventude”, está tendo contra si, vários estudos revelando que a terapia oferece mais riscos do que benefícios, ao contrário do que se pensava anteriormente..
O Instituto Nacional de Saúde dos EUA, o equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil, interrompeu uma pesquisa com 11 mil mulheres que estavam sendo acompanhadas desde 1997, em pesquisa sobre os efeitos da reposição hormonal. O estudo testava o estrógeno na prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes na menopausa. Os pesquisadores concluíram que, em lugar de proteger, colocava as pacientes em perigo: houve aumento de 40% no risco de derrame e nenhuma redução na probabilidade de infarto ou de câncer de mama. Quando americano bloqueia um experimento, é sinal que a coisa é mais séria que imaginávamos.
Recentemente, o mesmo órgão americano determinou a interrupção de um estudo com 16 mil mulheres submetidas a outra reposição, uma combinação dos hormônios estrógeno e progesterona. Nesse caso, o comprimido aumentou a possibilidade de câncer de mama, infarto, derrame e trombose. Além do mais, uma das principais indicações da reposição hormonal que era exatamente a redução do mal humor, irritabilidade e depressão, teve resultado apenas satisfatório.
O encerramento precoce do estudo americano coincidiu com a 7ª Conferência Internacional de Pesquisa da Soja realizada em Foz do Iguaçu na semana passada. Uma das conferências finais tratou dos benefícios da soja na saúde dos seres humanos e, mais precisamente, na capacidade de reduzir os sintomas da menopausa.
De lá, vieram boas notícias. Estudos preliminares apresentados por médicos, mostraram que um isolado protéico da soja era tão eficaz no combate aos sintomas da menopausa quanto as reposições hormonais clássicas. Os sintomas como calores, nervosismo, melancolia, dores articulares, dores de cabeça, palpitação e angústia desapareceram como se as mulheres estivessem tomando os medicamentos de reposição hormonal a base de estrogênio e progesterona ?e o mais importante; não foi registrado nenhum efeito colateral.
Isto vem nos mostrar que a cura sempre estará muito próximo de quem se cuida, principalmente atentando para uma alimentação e hábitos saudáveis.
Por isso cada vez mais temos que nos cuidar e proteger das intempéries do envelhecimento com prudência e cuidado. Nem sempre medicamentos serão a solução para uma qualidade de vida satisfatória. O principal fator da longevidade com saúde é manter-se em sintonia com os sinais que a natureza nos dá, assim como estar harmonizado com a época que vivemos, entendendo que envelhecer não é sinônimo de doença.
Até a próxima…

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.