Não existe doença incurável… é que ainda não descobriram o remédio..

  • Redação
  • 25/02/2017
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“Não temos mais nada o que fazer pelo seu pai. Pode levá-lo para a casa e esperar o desenlace” profetizou o doutor…..
Há muitos anos eu escuto o relato de pessoas  que receberam esse tipo de prognóstico. Mas  foram tantas as vezes que eu tomei conhecimento da derrubada dessas previsões que, já há algum tempo, eu me acostumei a pensar, a cada relato dessa natureza,  que aquela seria a última vez que algum médico posaria de profeta.  Ainda não chegou essa última vez! 
Infelizmente, com certa frequência e regularidade, ouço palavras  tristes ou revoltadas de pacientes que tiveram sua vida condenada por profissionais da área de saúde que, à semelhança de deuses encarnados, imaginam poder determinar com precisão os processos que determinam o fim da vida do Ser Humano. Certa vez uma paciente contou-me, bastante revoltada, um ano depois da data marcada (por um médico)  para sua inevitável morte, o diálogo que teve com o médico no momento de sua fatal previsão.  Irritado com a reação questionadora da paciente, que relutava em aceitar a sentença de morte logo na primeira consulta, o médico perguntou-lhe, em tom alterado : “A senhora por acaso acha que eu não sei o que estou dizendo, ou que não tenho experiência nesse assunto”? A paciente respondeu : “O senhor pode entender tudo da sua especialidade, pode saber tudo dessa doença, pode conhecer tudo acerca dos seus remédios, mas é completamente ignorante a respeito da minha pessoa e acerca de outras formas de cura que existem por esse mundo afora.” 
O mais incrível é que essa paciente encontrou um tratamento que prolongaria sua vida e sua saúde, até os dias de hoje, não em curas exóticas ou estrangeiras, mas na própria medicina alopática e na mesma especialidade do médico. Apenas o que mudou foi a postura do profissional que, dentro de uma abordagem mais humana, mais clínica e menos arrogante, deu à paciente o benefício da dúvida e, consequentemente, uma chance de lutar contra a doença, administrando-lhe uma terapia que a auxiliou a se livrar da morte.
O médico pode dizer, com palavras claras e ternas, que de acordo com o seu conhecimento e dentro da sua experiência profissional, a doença do paciente é  considerada de alto risco; que as chances de sucesso no tratamento que ele propõe são pequenas, mas que na medicina tudo pode acontecer…
Uma outra paciente disse-me, amargurada, quase dois anos depois do dia da sua sentença de  morte, passou a ter trauma do Natal e do Ano Novo, pois a época marcada por um médico para a seu falecimento coincidia exatamente com a proximidade dessas datas. A paciente e toda a sua família passaram dias de angústia e sofrimento à espera do desenlace fatal da doença que então a acometia. Movida por uma grande determinação e força de auto-cura, essa paciente recorreu a vários tipos de tratamentos tradicionais e não-acadêmicos e, sem poder eleger uma terapia única responsável pelo seu sucesso (às vezes perguntando-se se não teria sido curada por sua fé), essa mulher está hoje em estado de saúde melhor do que o seu médico sentenciador. A nós, médico e em especial aos pesquisadores, pode interessar muito a determinação de qual terapia foi eficiente no processamento dessa cura, mas à paciente o que interessa é a recuperação de sua saúde.
Estou convencido que quando Platão filosofou: “Primeiro devemos tratar a alma, depois do corpo” ele mostrou o quanto é importante entender a doença como um desequilíbrio que evidencia um desarranjo geral do indivíduo; espiritual, mental e físico. Quando Hipócrates profetizou: “Não existe doença incurável… é que ainda não descobriram os medicamentos para a cura desta doença”, ele dizimou qualquer profecia que viesse malograr a vontade de viver de alguém que se encontrasse doente. Por isso acho que quanto mais estudamos, mais humildes deveríamos ser para entender que nosso conhecimento passa por situações que a própria razão desconhece.
Até a próxima.