O coração é o símbolo do amor, da sutileza e da afeição. Quando temos algum tipo de afeto, o lirismo poético declina o coração como o albergue da paixão. Assim, a medicina milenar oriental sabiamente ensina que a emoção está diretamente ligada com a saúde dos órgãos e quando bem processadas, a harmonia entre corpo e mente se estabelece. “Quando temos a felicidade, a energia do coração se equilibra” ( Su Wen 150 a.C ).
Porém, o outro lado da moeda mostra o coração como uma “bomba” que energicamente distribui através da circulação sanguínea oxigênio e nutrientes a todo corpo e conseqüentemente, a vitalidade das células. Em caso de falha, o indivíduo padece, adoece e muitas vezes sucumbe.
Até pouco tempo, todos os conselhos e preocupações acerca de cuidados com o coração eram atribuídos aos indivíduos do sexo masculino. Também pudera, eram os representantes do chamado sexo forte que viviam estressados por causa do trabalho, adicionando-se quase sempre, ao uso do tabaco de forma descontrolada (até três maços por dia), além do consumo das gorduras e frituras.
Aliado ao sedentarismo, todos estes fatores conduziram durante um bom tempo a prevalência masculina nas estatísticas das doenças cardiovasculares. Quase sempre se ouvia dizer: “Fulano de tal sofreu um ataque do coração”. Geralmente se remetia aos homens este fato.
Atualmente, quando os direitos e deveres do homem e da mulher se tornam paritários, esse tipo de problema não é mais da exclusividade masculina. Segundo pesquisas do Center for Disease Control and Prevention (EUA), o infarto do miocárdio e o derrame cerebral ocupam juntos, o primeiro lugar no ranking das causas de morte mais freqüentes entre as mulheres. O infarto é responsável por 35% dos óbitos femininos. O câncer ginecológico vem em segundo lugar com 15% e o de mama em terceiro, com 10%.
Por que a mulher está alcançando o homem nas estatísticas de doenças cardíacas? Não é difícil entender. “A mulher entrou no mercado de trabalho competitivo e, assim como o homem, começou a enfrentar problemas, como a pressão do mercado de trabalho, o estresse, a depressão e o pânico. Tudo isso conduziu a mulher ao uso do fumo, a falta de tempo para realizar exercícios físicos, a alimentação inadequada e ao corre-corre desenfreado. Resultado: mais doenças do coração.
Cigarro e Pílula Anticoncepcional
O fumo é o principal fator de risco para problemas cardiovasculares. E essa “bomba” se potencializa se estiver associada à pílula anticoncepcional. “Esse coquetel é prejudicial ao coração, porque deixa o sangue mais grosso e eleva o colesterol ruim (LDL), facilitando o entupimento dos vasos”. Somado aos sanduíches, calórico e engordurado que substitui o almoço quase todos os dias além da falta de tempo para práticas físicas.
Para se ter idéia, antes a proporção era de oito representantes do sexo masculino com problemas cardiovasculares para dois do sexo feminino na mesma situação. Hoje o placar avançou: há seis homens cardíacos para cada quatro mulheres. Ou seja, a proporção está praticamente igualada. E os fatores de risco aumentam depois da menopausa porque nessa fase a mulher não possui mais a proteção natural dada pelo hormônio feminino estrógeno . “A partir dos 60 anos elas passam a ter os mesmos riscos que os homens para infarto e “mais chances para derrame”.
Já que diante do atual panorama sócio-econômico a mulher não pode deixar de trabalhar, é preciso que ela adquira imediatamente hábitos de vida mais saudáveis. Estabelecer horários para as refeições e fazer uma alimentação balanceada -livre de carnes gordas, frituras e açúcar refinado, por exemplo-, bem como praticar uma atividade física, são condições básicas.
Fazer Check-up deixou de ser privilégio dos homens, e passou ser ato obrigatório na mulher dos tempos modernos. Assim, a mulher que nestes tempos assume cargos e delibera questões influentes, ganhou mais uma responsabilidade, só que com a saúde dela…
Até a próxima.