O que é um metrossexual?

Este termo, que não é tão novo, diz respeito apenas aos homens. Sim, desta vez, as mulheres ficaram de fora. Este termo aparece hoje em dia como uma forma de libertação dos homens a muitos preconceitos, fazendo com que seus desejos sejam plenamente realizados.
Mas afinal de contas… O que é um homem metrossexual? Será um homem muito potente “sexualmente falando” ou alguém que gosta de sexo feito de várias maneiras? Seria o homem que não se importa se quem está na cama é parceiro ou parceira?
Não, não é nada disso. Não importa a questão homo, bi ou heterossexual. Metrossexual é simplesmente o homem vaidoso ao extremo. É o narcisista dos tempos modernos, que, graças às facilidades dos serviços existentes nas grandes cidades, pode dar-se ao luxo de se esmerar muito ? além do habitual ? nos cuidados com a aparência.
O metrossexual pode ser gay, bissexual ou heterossexual, mas isso é absolutamente irrelevante, já que ele tem a si mesmo como seu objeto de amor. Ele é o narcisista dos novos tempos. Claro que muitos metrossexuais dormem apenas com mulheres, mas não há nenhuma evidência de que eles sejam sempre héteros.
Essa idéia só foi estabelecida porque gays se apresentam na maioria das vezes extremamente vaidosos, e isto não é novidade alguma. O retrato falado do metrossexual é aquele que gosta de parecer com artistas famosos. Vai ao cabeleireiro e manda ver aquele visual copiando algum galã bem sucedido. E fica só nisso, não tem interesse em mostrar habilidades e sua bagagem cultural ( se é que tem..). A identidade dos metrossexuais não se baseia na orientação sexual e, do ponto de vista cultural-comercial, é desprazível.
O narcisismo feminino que se manifesta por meio do cuidado com a aparência não chama atenção. Essa é uma das razões pelas quais o termo metrossexual não foi aplicado às mulheres. Mas, ser metrossexual não estará evidenciando algum tipo de alteração neurótica, frustração ou recalque?
Sem dúvida nenhuma, esse é o lado negativo da metrossexualidade. A masculinidade narcisista e egocêntrica tem origem numa característica típica de sociedade como a nossa. Cuidando da aparência e deixando para trás o aperfeiçoamento humanista e cooperativo.
O metrossexual evidencia a futilidade e despreza o crescimento como ser humano. Desta forma a mídia interfere no comportamento, já que estampa nos jornais e revistas sempre aqueles que são ou parecem ser os cavaleiros do apocalipse ou deuses de barro.
A questão da vaidade ficou muito tempo sendo dirigida apenas às mulheres e o homem sempre foi proibido de ter seus caprichos e também de elogiar algum homem de boa aparência. Coitado daquele que ousasse achar algum outro homem bonito… era taxado de viado (esta palavra vem de DESVIADO)!
Uma das coisas que vem à cabeça é que a crescente auto-suficiência das mulheres tem estimulado o avanço da metrossexualidade masculina. Atualmente, muitos homens se vêem obrigados a cuidar de si, pois já não contam com uma coadjuvante feminina sempre pronta para atender a suas necessidades. Aquela estória que a mulher está saindo de casa para trabalhar fora e manter a família, mostra francamente que a mulher mudou seu estilo. Está mais masculinizada e mais atuante, e os homens mais afeminados e sutis.
Desta forma caminha a humanidade, com seus caprichosos artefatos de comunicação: A aparência que mostra o forte, o fraco e o despojado.
Até a próxima

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.