Principais Causas do Corrimento Vaginal

Corrimento Vaginal ou Leucorréia é o nome dado ao líquido mucoso que aparece muitas vezes em grandes quantidades podendo ter odor intenso, além da presença de dor e prurido. O corrimento vaginal é resultado de uma inflamação dos tecidos vaginais que passam a produzir secreção anormal. Ele revela a presença de algumas doenças que acometem a mulher, podendo aparecer em qualquer época inclusive nas fases precoces da vida. A
s causas são diversas, dentre elas se destacam hábitos de vestir do mundo moderno; como poderemos ver a seguir. O corrimento pode apresentar-se de diversas formas e bem diferenciados em função da origem da inflamação: infecção por cândida , por Trichomonas vaginalis, bacteriana, herpética, pólipos cervicais, câncer ou sífilis. A mulher possui uma secreção natural que se modifica conforme o ciclo menstrual. No meio do ciclo observa-se uma secreção mais gelatinosa (muco cervical), que corresponde à época da ovulação. Antes da menstruação ela se torna mais leitosa e espessa e corresponde ao aumento da fase pré-menstrual. Essas secreções são cíclicas, se mantém de uma maneira única, mas quando começa a acontecer uma irritação, as bactérias, que são habitantes costumeiras das áreas úmidas, se prevalecem dessa situação.
Com o aumento do mercado das roupas sintéticas como a lycra, a leucorréia passou a aparecer de forma mais amiúde pois, estes tecidos impedem a respiração do corpo e a ventilação dos órgãos, propiciando um meio mais adequado de cultura de bactérias e fungos. Quando não há transpiração, vemos a glândula abafada, como se estivesse usando uma máscara. As mulheres, antigamente usavam calcinhas grandes, paulatinamente passaram a ficar menores, até encostarem-se à saída vaginal. Logo depois surgiu a lingerie em forma de lycra ou renda e os grandes problemas começaram.
Outro fator importante é a utilização de amaciantes ou sabonetes perfumados, ou até o uso papel higiênico perfumado que são elementos irritantes. Evitar o uso de toalhas ou roupas íntimas de outras pessoas é recomendável, bem como secar bem todo o corpo depois do banho. Sintomas da Contaminação- Depois de contaminado o tecido, começa a coçar, ou produzir u ma dor mais forte. Muito embora o corrimento não se resuma só nisso, há vários fatores, como o estresse que libera substâncias que permitem o aparecimento de fungos, além de diminuir a resistência orgânica. A própria gravidez facilita a chegada dos fungos. O fungo provoca uma coceira desesperadora, e o corrimento é abundante como uma coalhada, embora haja dor nas mulheres que não tem sintoma nem de um nem de outro. Tem gente que tem a secreção contínua sem agentes bacterianos. Agentes da leucorréia:
Candidíase ou Monilíase Vaginal – Dos mais irritantes corrimentos, pois provoca muco espesso, tipo nata de leite e, geralmente, a candidíase ou monilíase vaginal é acompanhada de coceira ou irritação intensa. Entre os fatores determinantes estão: o uso de antibióticos, gravidez, diabetes, infecções, deficiência imunológica e medicamentos como anticoncepcionais e corticóides. Às vezes o parceiro aparece com pequenas manchas vermelhas no pênis. O tratamento é com antimicóticos. Esse fungo é encontrado no estômago, intestino, pele, boca (sapinho) e na mucosa da vagina. Esse tipo de fungo costuma aparecer uma semana ante s do fluxo menstrual.
Trichomonas Vaginalis – O Trichomonas vaginalis é um corrimento adquirido sexualmente através das relações sexuais ou em contato íntimo com a pessoa contaminada. O diagnóstico é feito através de exames clínicos. No tratamento devem ser usados antibióticos e quimioterápicos, além de ser obrigatório que o parceiro se trate também.
Papiloma Vírus. O HPV ou Papiloma Vírus se aloja na vagina, na vulva ou no colo do útero. Na vulva a doença é conhecida por condiloma genital ou crista de galo; na vagina e colo do útero aparecem lesões microscópicas que só são identificadas através de exames clínicos. O grande problema é que determinados tipos de vírus têm uma associação entre o papiloma vírus e o câncer do colo do útero. No diagnóstico é utilizado o teste de Papanicolau ou colposcopia e também a biópsia da área suspeita. Outros exames são capazes de identificar quais são os vírus e se são cancerígenos. Além dos citados existem outros tipos de corrimentos originados por causas das mais diversas. Outro tipo bem comum é a vaginite alérgica provocada por calcinhas de nylon ou outros tecidos sintéticos; além de roupas apertadas como jeans e meias calças. As vulvites são inflamações da parte externa dos genitais ou vulva causados por papel higiênico colorido ou perfumados, sabonetes cremosos, xampus e condicionadores, roupa lavada com sabão em pó ou amaciantes.
Bom fim de semana e até a próxima.

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.