Quem tem medo de fazer sexo? (Final)

O Ciúme é o inimigo fatal
Falando em sexo, sempre haverá uma questão em aberto: O ciúme. Esta condição dentro da relação afetiva, poderá gerar insatisfações e frustrações que poderão comprometer o relacionamento sexual.
O relacionamento que tem o sentimento de “posse” é o mais acometido pelas reações de ciúme. O ciúme poderá ser externado por muitas formas de emoções como a ansiedade, tristeza, ódio e vergonha. A ciência não duvida do ciúme. A psiquiatria reconhece certas formas de ciúme como “normais” e outras doentias. Dentre as doentias temos uma forma grave de comportamento, conhecido como paranóia (distúrbio mental caracterizado por manias de perseguição e pelo temor imaginário de que alguém está tramando alguma coisa contra ela).
A reação paranóica poderá ser a causa de muitos tipos de violência dentro do casal, pois gera um grau de desconfiança e insegurança tão grande, que transgride a realidade. Parece próprio do ciúme estar sempre associado a alguma forma de medo ou insegurança. Em geral, ela desconfia de seu próprio valor e, por isso, tende a julgar que não é tão importante e nem bastante amada (ou amado).
O relacionamento sexual leva a um instinto de posse do corpo, das atitudes e do pensamento do(a) parceiro(a). Quando existe a posse de algo, inconscientemente a pessoa tenta se esconder, não expor, não ser visto ou tocado por outros, da mesma forma que um menino esconde do outro menino um sorvete, principalmente se este outro for do mesmo sexo.
As atitudes de ciúme levam às vezes a prejuízos físicos e psicológicos irreparáveis, chegando até às mutilações físicas. As frustrações e fracassos sexuais do casal poderão sempre estar presente frente a atos de ciúmes intensos, que tira a liberdade de pensar e de agir do companheiro(a).

Quem é mais ciumento:
O homem ou a mulher?
Segundo textos de psicologia aplicada à sexualidade, “geralmente o ciúme masculino é de caráter sexual enquanto o feminino tem características afetivas” . O homem teme ser “traído” e nessa postura estão inseridos a posse, a exclusividade, o tabu da virgindade e outras marcas da nossa cultura.
Por outro lado, o ciúme da mulher está ligado ao medo do homem se apaixonar por outra. Isto é constitucional e poderá ser considerada como uma característica de cada um. Alguns sugerem que o ciúme passa a ser doentio na medida em que chega a comprometer a satisfação de um relacionamento em diferentes aspectos: social, moral, sexual e emocional.
É evidentemente “doentio” sentir-se compelido a manter uma ligação que, em vez de oferecer tais satisfações, aprisiona a pessoa nos tormentos do ciúme. Na grande maioria das vezes, a personalidade da pessoa ciumenta apresenta características de timidez, sendo também relacionada com sentimentos de insegurança e de medo.
O tratamento do ciúme doentio é possível. Se a origem do ciúme for algum sentimento de inferioridade e de insegurança básica da pessoa, é possível melhorar a confiança dela em si mesma através das técnicas de psicoterapia e mediante atitudes corretas de apoio afetivo no meio familiar. Uma vez reduzido o sentimento de insegurança, talvez ela consiga alívio para a aflição do ciúme.
Só quem confia em si mesmo pode confiar em outros. Desta maneira o primeiro passo para se livrar desta mazela, é começar pelo fortalecimento da autoconfiança. Este autoconhecimento se adquire com terapias adequadas e de um profissional abalizado. Poderemos também sugerir meditação, Yoga, acupuntura e homeopatia, no tratamento da insegurança.
De qualquer forma, é importante estarmos atentos aos prejuízos que o ciúme pode acarretar. Sabendo avaliar bem a relação afetiva, poderemos desfrutar dela com mais intensidade e descobrir que a simplicidade da aceitação poderá ser o grande segredo da felicidade.
Até a próxima semana.

Quem tem medo de fazer sexo? (Parte 1)
Quem tem medo de fazer sexo? (Parte 2)
Quem tem medo de fazer sexo? (Final)

Dr Carlos Eduardo Guimarães

Carlos Eduardo Guimarães é Médico, com especialização em Acupuntura e Clínica Médica e pós-graduação (latu sensu) em Fitoterapia. Autor do livro "Nutrição Ayurvédica - Do Tradicional ao Contemporâneo". Colunista do jornal Acontece (Caeté-MG), desde 1997.