A obstipação intestinal (“prisão de ventre ou constipação”) é uma das queixas mais frequentes em consultórios médicos. Na medicina ayurvédica (Indiana) existe o conceito que a principal causa das doenças advém de uma má digestão, principalmente o intestino que não funciona regularmente.
Quando o intestino se encontra repleto de fezes, que não são expelidas, o organismo por um mecanismo de defesa, começa a reabsorvê-las e joga na circulação muitas substâncias tóxicas que deveriam ser eliminadas. Essas substâncias vão impregnar os tecidos, manchando a pele, além de deixar a pessoa mais susceptível a desequilíbrios emocionais (enfezada), e como agravante, poderá provocar aparecimento de tumores (p.ex. câncer de intestino).
Mas como poderíamos classificar um indivíduo de sofredor de obstipação intestinal? Bem, este problema poderia ser definido de maneira bem simples, como a pessoa que tem o hábito de evacuação em frequência inferior a três vezes por semana. Sabe-se que a obstipação é mais frequente nas mulheres e também é mais comum em idosos. A causa mais comum de constipação crônica é a baixa ingestão de fibras, sendo esta devido a erro alimentar. As fibras são encontradas principalmente em frutas, verduras e grãos. As fibras não são digeridas em nosso organismo e o efeito delas é aumentar o volume das fezes e reter líquido nas mesmas, fazendo com que elas fiquem mais pastosas e fáceis de eliminar.
Descartada a aparição de doença grave ou que necessite de tratamento específico, devemos priorizar mudanças na dieta e do estilo de vida, e não o uso de laxantes, lavagens intestinais e supositórios, que constituem medidas paliativas que levam o indivíduo à dependência diária para conseguir evacuar. O ponto crucial para o tratamento da maioria dos pacientes com obstipação intestinal envolve o aumento da ingestão de fibras e de líquidos e redução do consumo de agentes obstipantes, como café, leite, chá e álcool.
Com relação às fibras, preferimos que o indivíduo aumente a ingestão de fontes naturais, como frutas, verduras, cereais, que são nutricionalmente superiores às fibras purificadas e vendidas. Quando o paciente não consegue atingir essa meta, podemos prescrever suplementos de fibras: trigo, psyllium, metilcelulose e outras. Em muitos casos, as medidas dietéticas e as mudanças de comportamento não atingem efeito satisfatório. Nesses casos, o próximo passo no tratamento da obstipação é o uso de laxantes.
Os laxantes podem ser de vários tipos:
1-Formadores de massa ou fibras: são substâncias que retém água, aumentando o volume das fezes, diminuindo sua consistência e facilitando a evacuação. Pertencem a esse grupo as fibras alimentares, naturais e sintéticas.
2- Osmóticos: são substâncias que o intestino não absorve e, por isso, “puxam” a água dos vasos sanguíneos da parede do intestino e a retém. São eles: sais de magnésio, açúcares e álcoois não-absorvíveis, polietilenoglicol.
3- Emolientes/Lubrificantes: facilitam o deslizamento do bolo fecal, pelo intestino, podendo interferir na absorção dos alimentos. Seu uso deve ser por curto período de tempo.
4- Estimulantes/Irritantes: irritam a parede do intestino, fazendo com que ela se movimente e expulse o bolo fecal. São eles: sene, ruibarbo, cáscara sagrada e óleo de rícino. Estes podem provocar muitas cólicas.
Dicas para prevenir a obstipação
Alimente-se em horários regulares; mastigue bem os alimentos; prefira refeições mais variadas, ricas em frutas, verduras e cereais; reduza a quantidade de gordura ingerida; evite bebidas alcoólicas, chocolate, café, e alimentos que levem a produção excessiva de gases, como: brócolis, cebola, couve-flor, feijão; beba bastante líquido, mais ou menos 2 litros por dia; tente determinar um horário específico para evacuação; obedeça, sempre que possível, à vontade de evacuar; pratique exercícios regularmente; não utilize laxantes por conta própria. Desta maneira você poderá ter uma evacuação plena e saudável, evitando assim o risco de adquirir várias doenças.
Bom final de semana e até a próxima.