Daniele Vilela Cardoso Leite*
A palavra “craque” é usada no Brasil com o sentido de bom jogador, e é também usada para designar pessoas que são boas no que fazem. No entanto é mais observável ultimamente a palavra usada com o significado da palavra em inglês: quebrar, romper.
O crack rompe e quebra a vida do indivíduo. É uma droga que causa dependência quase imediata. Rouba a vida, os sonhos, os planos, as ilusões, as alegrias. Segundo os especialistas no assunto e os usuários, uma droga devastadora. Muito perigosa pela força com que causa a dependência.
Já comentado por muitos como uma epidemia é problema de saúde pública, familiar, pessoal. Da esfera macro à micro um problema para todos os seres humanos pois as conseqüência da violência causada pelas drogas pode ser sofrida por qualquer um, a qualquer momento, em qualquer esquina. Basta sermos humanos.
O crack vem da cocaína. “A cocaína é uma substância extraída de planta cujo habitat são países da América do Sul (Bolívia, Peru, Equador e Colômbia). A maceração das folhas e mistura com alguns produtos químicos tem como produto a pasta base de cocaína (crack e merla). A cocaína é amplamente distribuída por todo o corpo com maiores concentrações no cérebro, baço, rins e pulmões. Seu uso pode causar lesões no cérebro, e efeitos de uso agudo ou mesmo efeito cumulativo podem trazer sérias conseqüências à saúde. Desde problemas cardíacos a perfuração do septo nasal, entre outros, até a morte. As complicações psiquiátricas são a principal busca por atenção médica. Podem ocorrer prejuízo na capacidade de julgamento, da memória e do controle do pensamento, sensação de medo e paranoia, que podem levar a alucinações e terríveis delírios. Podem desencadear problemas psiquiátricos latentes. Os usuários do crack tem maior incidência de problemas psiquiátricos, psicoses e comportamento violento que usuários de outras formas de cocaína”.
Os profissionais envolvidos na recuperação de dependentes químicos consideram o crack a pior droga. Nas palavras de Médica Psiquiatra especialista em Dependência Química “é mais difícil tratar usuários de crack que de todas as outras drogas”. Portanto, não convém observarmos a questão como um problema dos usuários e das famílias. É uma questão de todos. Estamos ligados em rede, interconectados.
A questão da droga é uma questão de todos. Cada um pode fazer sua parte. Votar com consciência, trabalhar com honestidade, ter ideologias, focados em algo maior, principalmente, do que nossos objetivos individuais. Há tratamento para qualquer problema, inclusive o crack. Mas é algo complexo, difícil, urgente e necessário. O momento conturbado pelo qual o mundo atravessa exige muito cuidado e atenção por parte de todos. A consciência de que a fase é delicada e pede vigilância é uma prudência adequada…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.