Daniele Vilela Cardoso Leite*
A caminhada estimula as células nervosas (neurônios) a produzirem determinadas substâncias químicas que são reguladoras das emoções. Os remédios psicofármacos atuam na regulação dessas substâncias. Portanto, a caminhada é uma das maneiras naturais de conseguir este benefício.
Ela age contra o estresse, depressão, síndrome do pânico, ansiedades, compulsões, somatizações, desequilíbrios emocionais em geral. Ao invés de se intoxicar com remédios alopáticos (que são úteis, mas apenas em situações graves), caminhe!
É bem verdade que todos nós que estamos vivos nos encontramos na estrada, mas é saudável e prazeroso que seja literalmente. A caminhada não requer ônus, não necessita de um profissional que acompanhe, dispensa aparelhos, não há contra-indicações (salvo em algumas doenças).
Além disso, queima as gorduras, aumenta a circulação sanguínea e com isso amplia a capacidade aeróbica, aumentando a oxigenação cerebral, pulmonar. Fortalece a musculatura. Aliada a boas horas de sono, alimentação saudável, livre de doses excessivas de álcool, os benefícios são extraordinários.
Um ganho extra é transformar a caminhada de apenas uma atividade física em atividade holística, efetuando-se uma ligação com a energia cósmica, invocando todas as forças positivas, meditando, orando, absorvendo as energias boas das plantas, usando a cromoterapia, absorvendo o prana através do azul do céu, o amarelo da flor.
Inspirar e expirar o ar durante a caminhada, profundamente, é salutar, principalmente se acompanhado da mentalização de que ao inspirar, o oxigênio é absorvido e conduzido através do sangue a cada célula de cada parte de todo o nosso organismo.
Encontra-se dessa maneira o equilíbrio corpo/mente, equilibrando consequentemente os chackras (ou centros captadores, armazenadores e distribuidores de energia).
A caminhada é sempre benéfica, mas sem dúvida que se realizada com muita conversa ou pensamento de ordem negativa (fofocas, reclamações, raiva etc) há dispersão de energia. Entrar em comunhão com a natureza, apreciando-a, saldando-a, transcende qualquer expectativa de abstrair prazer destes momentos. Eles têm que ser experenciados. Só assim, há como compreender intrinsecamente o quanto é bom e saudável.
Somos acostumados e habituados às situações. Acostuma-se com o positivo e o negativo. A trabalhar muito, ou pouco. A comer muito ou pouco. Assim é também relação à caminhada.
Torná-la um hábito requer, para muitos, certo esforço. Isto devido ao costume sedentário. Ir contra qualquer tipo de hábito, tanto os bons, quanto os ruins, requer esforço, mas apenas no início.
E como diz o Skank, “o caminho só existe quando você passa”…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.