Daniele Vilela Cardoso Leite*
A desinformação sobre o distúrbio do pânico é grande ? o que faz com que muitos indivíduos que poderiam estar recebendo tratamento e se curando, continuem a sofrer da doença. Devido a este fato a Sociedade Brasileira de Psiquiatria trouxe dos Estados Unidos e lançou para a nossa população materiais que esclarecem sobre esta e várias outras doenças. Gostaria de partilhar com você, leitor, algumas das principais considerações feitas.
“Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá outras. Quando alguém tem crises repetidas ou se sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem distúrbio do pânico.
“Este distúrbio é um problema de saúde, nitidamente diferente de outros distúrbios de ansiedade, caracterizando-se por crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes e, freqüentemente, incapacitantes. Depois de ter uma crise de pânico, por exemplo enquanto dirige, fazendo compras ou dentro de um elevador, a pessoa pode desenvolver medos irracionais (chamados fobias) dessas situações e começar a evitá-las.
“Os sintomas de uma crise aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente. Eles podem incluir: palpitações (o coração dispara), dores no peito, tontura, atordoamento, náusea, dificuldade para respirar, sensação de “formigamento” ou fraqueza nas mãos, calafrios, ondas de calor, sensação de estar sonhando ou distorção de percepção da realidade, terror, sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento, medo de perder o controle e fazer algo embaraçoso, medo de morrer.
“O distúrbio do pânico tende a continuar por meses ou anos se não for tratado, mas tem cura desde que se trabalhe para isso. O tratamento é composto por tipos específicos de psicoterapia ou o uso de medicamentos. A associação dos dois também produz eficazes resultados. Em relação ao que causa o distúrbio, de acordo com umas das teorias, o sistema de “alerta” normal do organismo -o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça-, tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo eminente.
“Os especialistas não sabem muito bem por que isto acontece ou por que algumas pessoas são mais susceptíveis ao problema do que outras. Frequentemente as pessoas procuram um pronto-socorro quando têm a crise de pânico e podem passar desnecessariamente por extensos exames médicos para excluir outras doenças. Infelizmente, muitas pessoas com distúrbio do pânico não procuram ou não recebem tratamento. Para incentivá-las neste sentido, é necessário maior divulgação a respeito deste distúrbio”.
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.