Daniele Vilela Cardoso Leite*
Saber ouvir é de suma importância para uma boa comunicação e a uma interação positiva com o mundo. Quantas vezes presenciamos “diálogos de surdos” quando uma pessoa fala à outra, dizendo apenas o que lhe interessa sem se preocupar em ouvir o outro, e seu interlocutor age da mesma maneira?
Para haver comunicação eficaz é necessário que tanto o emissor quanto o receptor da mensagem se ouçam. Somente dessa maneira é possível estabelecer o verdadeiro e eficaz diálogo. Para você se tornar um bom ouvinte é necessário estar aberto a receber as mensagens do outro, e isso não ocorre por vários motivos: – raiva (esse meu colega de trabalho é muito chato e não vou levar em conta o que ele diz). – Ansiedade em responder ao que está escutando do outro e a atenção é voltada à resposta que dará ( por exemplo quando o responsável pelo setor de trabalho chama a atenção, etc). – Defesa ou medo ou porque não querem ouvir determinadas colocações e então se desligam, entre outros.
É perigoso esses tipos de comportamento virarem um hábito e inconscientemente a pessoa se fechar ao mundo e não perceber. O importante é que exista motivação, pois interesse é o que move tudo. Para que você seja um bom funcionário, bom filho, bom pai, bom amigo, bom colega, bom irmão, enfim, para que os relacionamentos interpessoais sejam satisfatórios é necessário que seja um bom ouvinte. Inclusive em termos cognitivos, é preciso saber e querer ouvir.
Se você quer ser um bom ouvinte, primeiro tem que desejar, e depois, partir para o processo de aprendizagem. Sim, pois aprendemos a ouvir. Para isso você deve observar suas atitudes, fazer uma análise crítica e mudar de postura sempre que perceber ser necessário. Além dos dois ouvidos, há também o terceiro. É para ouvir o que não é dito com palavras, mas com gestos, olhares, sorrisos, etc. O indivíduo que adquire o hábito de prestar atenção a cada instante presente aprende a realmente escutar o que lhe é revelado e irá interagir com o Universo de forma mais produtiva e inteligente. Segundo Jung “ o que se resiste persiste” , portanto se há algo incômodo o melhor é que seja “ouvido” para que seja transcendido…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.