Daniele Vilela Cardoso Leite*
Há uma frase muito significativa que diz “criança faz o que vê os pais fazendo, não o que os pais dizem ser o correto”. Ou seja, não adianta um pai falar ao filho para não fumar, pois faz mal à saúde, e ser um fumante.
Presenciamos muitas mães dizerem aos filhos que a mentira é prejudicial à vida da própria pessoa e fingirem estar doentes para não terem que ir trabalhar. É o exemplo que a criança segue. Ela devolve ao mundo o que o mundo dá a ela. É um reflexo.
Por isso, a importância e a força das referências quando pensamos em justiça, igualdade, um mundo melhor. Nos orgulhamos de exemplos de vida como Mahatma Gandhi, que dedicou-se a lutar contra todo tipo de dominação, racismo e violência (“A não violência é o primeiro artigo da minha fé; e é também o último artigo do meu credo.”), Madre Tereza de Calcutá, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz, religiosa que dedicou 50 anos à cidade de Calcutá, servindo aos necessitados (“O bem que você faz será esquecido amanhã. Faça o bem mesmo assim! A honestidade e a franqueza o tornam vulnerável. Seja honesto e franco mesmo assim! Se você der ao mundo o melhor de si mesmo, você corre o risco de se machucar. Dê o que você tem de melhor. Mesmo assim!”) , Martin Luther King, que liderou a partir de 1955, uma campanha pacífica pela justiça para o povo negro americano ( “Eu tenho o sonho de que, um dia, os homens se ergam e percebam que são feitos para viver uns com os outros, como irmãos.”) Dom Hélder Pessoa Câmara, conhecido como o Profeta da Paz (“O que te tornou tão assustadiça, pomba da Paz? Por que te custa tanto pousar no chão dos homens? Por que não te aninhas, um instante, em minhas mãos de homem sedento de paz!?… Só virás quando tivermos, efetivamente, abolido as guerras, serenado o egoísmo, posto limite à ambição? Quando entendermos que não és um talismã que atrai a paz, mas recompensa da paz, que nos cabe criar?”), entre tantos outros nomes…
Há também em nosso convívio pessoas que merecem nosso respeito e que são exemplos a serem seguidos. (Basta que abramos os olhos a estes seres.) Indivíduos que trabalham contra as desigualdades sociais, e que fazem da fraternidade o seu lema. São espíritos de luz que unidos formam uma corrente de energia que se opõe à outra corrente, negativa, como os seres que acreditam que conseguirão a justiça através da guerra e da violência.
Será que o presidente dos Estados Unidos, George Bush, é visto como um exemplo de vida por muitos jovens americanos e de toda parte do mundo? Será que a violência se combate com mais violência? Serão os líderes do Regime Talibã vistos por muitos jovens como exemplos? Infelizmente sim. E forma-se assim outra corrente energética maléfica, negativa.
É a eterna luta do bem contra o mal, que é vivenciada também em nosso dia a dia, quando um pai pode optar por espancar ou não um filho, ser um bom exemplo ou não para sua prole. Quando nos sentimos impotentes diante da guerra, do bioterrorismo, (ou como diz dr. Carlos Guimarães, terrorismo psicológico), podemos nos lembrar de que somos ponto de energia no mundo, e somos exemplos de vida uns para os outros. Portanto podemos sim, fazer algo diante desta realidade assustadora da guerra e do terrorismo, vivendo de acordo com valores solidários, sendo um bom exemplo de vida, ainda que limitados a um humilde ciclo de relacionamentos interpessoais.
Nossa onda de luz com certeza unida a das demais pessoas que trabalham por um mundo melhor, tem força, poder. É essa corrente que realmente mantém a vida na Terra.
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.