Daniele Vilela Cardoso Leite*
O famoso QI (quociente de inteligência), deixou de reinar sozinho para se tornar apenas mais um enfoque quando o assunto é inteligência. O QE (quociente emocional) e agora mais recentemente o QS (quociente espiritual) são fonte de intensa pesquisa e valor por parte dos cientistas e estudiosos do comportamento humano.
O termo inteligência começou a ser utilizado, no início do século XX por intermédio do psicólogo Alfred Binet, que foi pioneiro na questão da medição da inteligência, através do teste de QI. E no trajeto evolutivo das teorias da inteligência, a década de 90 foi marcada pelo estudo da inteligência emocional e inteligências múltiplas, desenvolvido principalmente pelos pesquisadores e escritores Howard Gardner e Daniel Goleman. E a novidade do momento é a inteligência espiritual, alvo de pesquisa por grandes nomes como Danah Zohar, que lançou o livro “Inteligência Espiritual” (vale a pena adquiri-lo).
É curioso observarmos historicamente o quanto se desenvolveu o conceito de inteligência. A cada era o enfoque se amplia e completa. Enfim, evolui. Não podemos ficar paralisados no passado, trabalhando e priorizando apenas a inteligência intelectual na criação dos filhos e também nas escolas. Na construção da cultura, o dinamismo dos acontecimentos faz com que diariamente ocorram mudanças e quebras de paradigmas. E infelizmente o conservadorismo, a rigidez e o medo do novo impedem que famílias e instituições de ensino tenham como objetivo, ensinar, além da inteligência intelectual, também a emocional e a espiritual.
Achei interessante quando, ao ler um site sobre “Múltipla Inteligências e Inteligência Emocional”, o autor comenta “somos iguais por natureza, mas diferentes na essência. A cor dos olhos, dos cabelos, da pele, o tipo físico, a altura, o peso corporal, o tamanho das mãos e dos pés, as diferentes formas de sobrancelhas, orelhas, bocas, narizes, arcadas dentárias e tantos outros aspectos físicos. Têm também os aspectos psicossociais e da personalidade: os extrovertidos, os tímidos, os falantes, os sanguíneos, os coléricos, os fleugmáticos, os melancólicos, os apressados, os lentos, os espertinhos, etc. Some a essas “diferenças” o local de nascimento, o lugar onde a pessoa vive, a sua classe social, o seu nível de escolaridade, suas companhias, seus gostos pessoais, seu hobby, o time que prefere, o tipo de música que gosta, a canção favorita, em quem ele votou nas últimas eleições. Agora misture tudo isso com as questões da vida pessoal: a influência dos pais, da religião, da perda de um ente querido, das dívidas, da enfermidade de alguém na família etc. A partir daí, será que você encontrou duas pessoas iguais?”
Com isso ele quis dizer que não podemos nivelar a medição da inteligência baseando-nos apenas em um tipo de inteligência (QI). Daí surgir a teoria das múltiplas inteligências (Gardner, que propôs oito tipos de inteligência ? Lógico-matemática, Cinestésico-corporal, Interpessoal, Espacial-visual, Musical, Intrapessoal, Naturalística, Pictória ) e mais recentemente eclodir o termo Inteligência Espiritual.
Somos certamente seres movidos à motivação e a forças energéticas que podem ser trabalhadas através da meditação, da oração etc. Graças a uma Força Superior estamos em pleno processo de evolução, não apenas intelectual, mas também emocional e especialmente espiritual. Assim nos tornamos mais sábios, humanos, conscientes.
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.