Daniele Vilela Cardoso Leite*
Escola apenas para a infância e adolescência era uma realidade de antigamente. O mundo mudou, evoluiu, e a mentalidade de que “formei e já posso parar”, ficou ultrapassada. Nunca se deve parar. Assim como pulsa o coração incessantemente, também pulsam a vida, os acontecimentos, as descobertas. Tudo se transforma, nada é estático.
A educação vem acompanhando um mundo em mudanças, e seu papel não é mais de ensinar apenas tecnicamente, como antes, que se passavam informações e educava-se até a idade em que se podia ganhar a vida, o mínimo para sobreviver, e pronto. Nunca se está pronto, tem sempre o que se descobrir…
No texto “os quatro pilares da educação”, comenta-se que “cabe à escola fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele, impedindo que as pessoas fiquem submergidas nas ondas de informações efêmeras, que invadem espaços públicos e privados.” É muito interessante quando se argumenta no texto que “para poder dar resposta ao conjunto de suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo, para todo indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta.” O processo de aprender a ser é eterno, e a educação é uma ferramenta que oferece estrutura e referência para este aprendizado. É claro que tem que se adequar a condição de vida da pessoa, ao que ela possa vir a estudar. É preciso se perguntar sobre o que mais gosta, em que área investir. Por exemplo, a terceira idade hoje em dia possui estrutura específica de cursos oferecidos para esta faixa etária. É necessário, para se investir em estudo, saber sua verdadeira vocação e analisar quais são as possibilidades de realização, o que o mercado oferece, o que é adequado a sua vida. Mas uma coisa é certa: não existe mais idade para estudar. Tenha você a idade que for, vá para a vida, estude! Estudar liberta das amarras de nossas incompletudes e desconhecimentos. Sempre teremos o que descobrir enquanto estivermos vivos, e a escola ajuda a organizar e estruturar esses conhecimentos para continuarmos as descobertas. Da mesma forma não existe mais uma única idade para casar, amar, etc. Com a evolução, os padrões de comportamento têm sofrido boas e más modificações, e essas têm sido boas mudanças em nossa cultura.
Viver é experimentar possibilidades a todo momento. Estudar é um investimento. Se existe algo que nunca poderá ser roubado de você são os seus conhecimentos, que levam à sabedoria. Estamos na Terra para aprender. Aprender em termos espirituais, e o canal para este aprendizado é o mundo material. Estudar os dois, aprimorar nos dois, é o que nos faz crescer, evoluir, aprender. É necessário e prazeroso. É o que realmente é VIVER…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.