Daniele Vilela Cardoso Leite*
O homem moderno convive no seu dia a dia com situações estressantes como um mercado de trabalho competitivo, concorrer a uma vaga na faculdade, a poluição visual, cidades repletas de propagandas que despertam o desejo do consumo, tornando as pessoas cada vez mais competitivas e agitadas.
Todos correndo, trabalhando e estudando o máximo que conseguem para manter um nível de vida. Muitos têm que se sujeitar aos ônibus lotados, viagens desconfortáveis, barulhos excessivos, trabalho exaustivo, isso tudo e mais os problemas de relacionamento interpessoal no trabalho e em casa, e a dura realidade da maioria que é conviver com a falta de dinheiro e as consequências advindas daí.
O somatório de toda essa situação resulta em fadiga, que causa agitação, agressividade, depressão, falta de energia, desequilíbrios, doenças mentais e psicossomáticas. Para repor um pouco da energia que é gasta para manutenção do padrão de vida que está cada vez mais imposto pelo sistema, o lazer se torna um caminho viável, prazeroso e até mesmo necessário. Fazer algo por simples prazer, como forma de vivenciar um momento de descanso e reposição de energia.
Existem pessoas que na correria esquecem a importância de praticar um esporte sadio, de fazer o que gosta (às vezes, nem sabem do que gostam), de procurar um divertimento que relaxa, revigora e proporciona um desligamento dos compromissos e responsabilidades.
Os que levam uma vida sedentária são ainda mais propensos às consequências negativas deste padrão de vida. Energética e fisicamente. Existem no cérebro a serotonina e a noradrenalina, que são substâncias químicas responsáveis pelo controle do humor e do estado emocional . As atividades físicas estimulam a produção dessas substâncias. O desequilíbrio delas resulta em depressão, irritabilidade, agitação, enfim, uma série de doenças mentais.
Muitos são os que tomam remédio para dormir (enriquecendo cada vez mais a indústria farmacêutica), sendo que se praticassem algum tipo de atividade física diária poderiam, às vezes, evitar a alopatia.
Há também as pessoas que têm um ritmo de vida acelerado e procuram certas atividades de fins de semana que as deixam ainda mais debilitadas, como se embriagar para “esquecer” os problemas, a prática de esportes com espírito de competição acirrado, exageros em detrimento do sono etc.
O Jornal “Folha de São Paulo”, do dia 18/11/01, trouxe uma reportagem falando sobre a “Síndrome do Lazer”, que fala sobre viciados em trabalho que sofrem sentimento de culpa e ansiedade que os impedem relaxar nas horas vagas. Para não deixar chegar a este ponto é importante determinar um tempo para fazer o que se gosta. Isso é essencial para que o indivíduo continue a produzir, crescer, criar, pois isso é fruto do equilíbrio entre as obrigações do dia a dia e os momentos de descontração. É como recarregar as energias para assim mais e mais energias boas…
“Os pensamento (energias positivas ou negativas) são coisas e têm asas mais velozes que os pombos-correios. Seguem a Lei do Universo. Todos os pensamentos se concretizam, se espalham e nos trazem de volta tudo aquilo que nossa mente enviou”. Napoleon Hill.
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.