Daniele Vilela Cardoso Leite*
Mandala é um termo instigante. Muitos o desconhecem e muitos sabem seu significado, mas não o associam à vida. Convivemos constantemente com mandalas e nem nos apercebemos.
A palavra mandala origina-se do sânscrito (língua morta da Índia) e significa círculo sagrado ou mágico. Todas as culturas refletem variações dos mandalas (palavra terminada em “a” na língua sânscrita é masculina; outro exemplo é o yôga) como na arquitetura dos templos, igrejas, lugares sagrados, danças sagradas, peças teatrais, medievais, em círculos mágicos desenhados na areia, em pinturas etc.
É admirável o trabalho da artista plástica Alice Okawara, caeteense de coração, com figuras de mandalas das mais variadas, como os do universo (o planeta Terra, o sol, a lua, Vênus, Júpiter etc.), os mandalas flores (margarida, rosa, girassol etc.), os mandalas frutas (em corte transversal a figura da laranja, do kiwi, do maracujá etc.), os mandalas da natureza (teia de aranha, caramujo, cogumelo, íris do olho, gota d?água etc.) culminando com mandalas pintadas por ela mesma.
“Há três princípios de ordem que podem ser encontrados na estrutura de um mandala: o centro, a radiação que emana do centro e a periferia do círculo. O centro representa a força espiritual misteriosa, o nascedouro de toda existência no espaço e no tempo. A fluente emanação do centro dirige-se rumo à periferia do círculo, unindo o interior com o exterior, e então move-se da periferia em retorno ao mais profundo ponto central, do qual todos os movimentos emanam e para onde tudo se dirige. O ponto central aparece como o começo e o fim de todos os possíveis caminhos”.
São várias as leituras que podem ser feitas através do significado das formas de um mandala. Se você quiser produzir seu próprio desenho, pode fazê-lo de forma criativa, deixando a emoção fluir. Esta é uma forma de arte, de expressão.
Segundo um professor que administra curso para produção de mandalas, “crianças são cheias de imaginação criativa. Adultos também são capazes de abrir sua criatividade original, colocando em uso a corrente de suas próprias fontes criativas. Para fazer isto, é importante evitar pressão para habilidade, ou questionar seu talento”. Diz ele: “lembre-se de sua infância e tente se colocar na maneira de uma criança desenhando e colorindo em entrega total. Deixe-se inspirar por mandalas já vistos, mas nunca copie. A espontânea descoberta e o desenvolvimento de seu próprio esquema de cores e seu próprio ritmo ao pintar são da maior importância na medida em que estão sintonizados com sua psique e sua necessidade de cores correspondentes. Mantenha-se completamente fiel a si mesmo, à sua necessidade de expressão. Deixe sua imaginação correr livremente”.
Enfim, temos ao alcance várias maneiras de nos expressarmos e os mandalas são mais uma entre tantas possibilidades que a vida oferece de canalizarmos nossas emoções para fora de nós mesmos de forma saudável e prazerosa.. Mandala é arte. Mandala é belo!
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.