Daniele Vilela Cardoso Leite*
Mudar o ângulo de percepção das atividades rotineiras e da convivência com indivíduos do ciclo de relacionamentos é saudável e necessário. Uma forma de alcançar tal feito é mudar de ambiente, conhecer novos lugares, novas realidades, novas pessoas. É importante e conduz à abertura e flexibilidade. Distanciar da rotina amplia a consciência. Em termos psíquicos fazer análise é uma das maneiras de observar as questões a certa distância e assim vislumbrar possíveis melhorias, descobrir significados antes ocultos nas variadas experiências.
Viajar até lugares diferentes pode trazer “insights”, ou seja, novas compreensões que ampliem o campo de percepção. Viajar, trocar de ambiente, vivenciar outra realidade remete às inúmeras e variadas possibilidades de estruturação do dia a dia. Pessoas que não têm experiência ampla e trabalharam apenas em um lugar possuem dificuldade em captar que existem outros modelos estruturantes. Por exemplo, lugares em que o funcionário é muito exigido, lugares mais equilibrados, outros que exigem menos.
Energeticamente é de suma importância, de tempos em tempos, alternar entre o ambiente familiar e ambientes diferentes. Nesses tempos modernos investe-se altamente no estudo e evolução da energia tecnológica e desconsidera-se a energia das pessoas, lugares, plantas, animais. Diz Judith Vriost,” Sou parte de tudo o que conheci. Mas essas partes foram transformadas. Cada um de nós é o artista do próprio eu, criando uma colagem – uma obra de arte nova e original – com fragmentos e recortes de identificações”.
Quanto mais conhecimento, mais desenvolvimento. Há muito a conhecermos. Há sempre algo novo a conhecer, e a partir daí novas identificações e criações são possíveis. Embora nada substitua a mudança no concreto, quando isso não for possível, há como “viajar” através de uma boa leitura. Quanto há para conhecer através dos livros! Como são ricos e poderosos no sentido de ampliar os horizontes. “Se queres que o sol entre em sua casa, abra as janelas”. Ou seja, viaje, leia, explore, amplie o campo de visão, ao invés de oferecer alimento negativo aos pensamentos, ou focar nas tragédias das estradas, das inundações, das dificuldades. Há viagens inesquecíveis à nossa espera. Por exemplo, a que se faz de um ao outro… muitas são as possibilidades, muitas as opções! O importante é o movimento, a abertura para tal, a consciência de que há muito a fazer e onde ir.
São vários os ângulos de visão de um mesmo objeto. São muitas as possibilidades. O importante é não fechar o mundo no ambiente rotineiro que a princípio parece seguro, mas restringe, impede o crescimento. Viajar de um lugar para outro é necessário. Investir financeiramente em viagens é importante e não apenas supérfluo como parece a princípio. A amplitude da velocidade nos meios de comunicação, a globalização, o progresso nos meios de transporte foram fatores que muito favoreceram para que os indivíduos não fiquem presos apenas a um pequeno e restrito universo. Faz bem mudar de ambiente, viajar, ler, aprofundar nos relacionamentos interpessoais, tirar o foco da rotina, ampliar o mundo interno…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.