Daniele Vilela Cardoso Leite*
O Brasil é um dos grandes produtores e o maior exportador de folhas de tabaco do mundo”. Essa frase inicia um expressivo material informativo sobre o uso do tabaco. O Projeto “Tá na Roda – Uma Conversa sobre Drogas”, explorou de forma inteligente o tema, e compartilho com você, leitor , algumas dessas informações e reflexões. “ Para a produção de cigarro, são usadas folhas de tabaco selecionadas. As folhas maduras são colhidas e secas ao ar livre ou em fornos especiais. Nesse processo, começam a receber aditivos diversos para mudar seu aroma, sabor e outras características. Ao final do processo, um cigarro industrializado contém mais de 4 mil substâncias. Alguns constituintes da fumaça do cigarro são o monóxido de carbono, a nicotina e o alcatrão. Este último é, na verdade, composto de diversas substâncias , entre as quais inúmeras que provocam câncer; arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo etc. A substância que causa e mantém a dependência é a nicotina, mas é provável que outros componentes contribuam para este processo. Já as doenças “físicas” causadas pelo cigarro decorrem fundamentalmente de outras substâncias. Entre elas, podem-se citar o monóxido de carbono, diversos gases irritantes das vias aéreas e várias substâncias presentes no alcatrão. A nicotina é uma droga que produz efeitos psicológicos potentes e quase imediatos. Sensação de prazer e bem estar, aumento da energia, aumento do estado de alerta, diminuição do apetite e da ingestão de alimentos. A maioria dos fumantes sente a falta dos cigarros e passam pela síndrome de abstinência pouco tempo depois do último cigarro, porque a nicotina é uma droga expelida rapidamente. A síndrome caracteriza-se por vontade de fumar, ansiedade, inquietação, irritação, dificuldade de dormir à noite e aumento de apetite. Muitos que tentam largar o cigarro recaem justamente por causa do desconforto da abstinência. Em países industrializados, 70 a 90% dos fumantes sabem que o cigarro faz mal, e 70% gostariam de parar. Setenta por cento dos fumantes tentam seriamente parar. Dentre os que tentam, apenas 2 a 3% conseguem manter-se abstinentes por um ano inteiro. Noventa por cento dos que tentam parar e experimentam um único cigarro recaem rapidamente. O uso ocasional de cigarros é exceção. O objetivo do tratamento do tabagismo é a abstinência. Tentar reduzir o consumo ou controlá-lo de alguma outra forma é mais difícil do que parar. O tratamento baseia-se em três estratégias: aconselhamento (utiliza técnicas de terapia cognitivo-comportamental), o uso de medicação e o suporte social.” Em Caeté, a Saúde Mental oferece um Programa de tratamento para as pessoas interessadas em deixar o vício.
Observe os comentários da “Revista Bem Viver”, Estado de Minas, maio de 2001:
Se você parar: – após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal – após 2 horas: não há mais nicotina circulando em seu sangue – após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza – após 12 a 24 horas: seus pulmões já funcionam melhor – após 2 dias: seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta melhor a comida – após 3 semanas: você vai notar que sua respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.- após 1 ano: o risco de morrer por infarto do miocárdio já foi reduzido à metade. – após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.