Daniele Vilela Cardoso Leite*
A Terapeuta Ocupacional, Jacqueline Duarte, funcionária da Prefeitura Municipal de Caeté cuja atuação ocorre na Apae, discorreu especialmente para o Acontece sobre sua profissão, com o objetivo de que o leitor possa compreender um pouco desse universo tão interessante, e que ainda há muito para ser conhecido , divulgado e utilizado.
“Terapia Ocupacional é uma profissão que habilita pessoas a se engajarem nos papéis, tarefas e atividades que têm um significado para as mesmas no seu dia a dia e que definem suas vidas” (Trombly, 1992). “Mais recentemente a Associação Americana de Terapia Ocupacional definiu o profissional de Terapeuta Ocupacional como aquele que facilita o engajamento em ocupações para dar suporte à participação do indivíduo no contexto ou nos contextos. Ou seja, orienta o indivíduo a adaptar-se à vida da melhor forma, independente dos desafios que enfrenta para estar saudável. A profissão iniciou no pós guerra, em atendimento a soldados regressos. Assim, temos a Terapia Ocupacional aplicada às várias áreas: – neuropediatria (atendimento neurológico de crianças), – reabilitação física de membros superiores (fratura de mãos e braços, problemas nos ombros, etc.) – gerontologia (atendimento a idosos no sentido global: reabilitação motora, cognitiva, etc.) – cardiologia (pacientes hipertensos, etc.) – oncologia (trabalho com pacientes em tratamento para o câncer) – ergonomia (por exemplo posição de cadeirantes com parecer baseado em medidas cuidadosamente analisadas – saúde mental (pacientes psiquiátricos, etc.) – drogadictos (pessoas dependentes das drogas) – deficientes visuais (baixa visão ou cego) -atendimento em berçário com crianças em alto risco, entre outros. A profissão possui um campo de ação amplo , variado.
A Terapia Ocupacional, em cada área das citadas acima, irá auxiliar, orientar e apoiar o cliente para que haja uma postura adequada diante do quadro vivenciado e que leve à melhoria na qualidade de vida. Uma grande parte dos profissionais atende em instituições públicas. Hospitais do SUS, Prefeituras (através das secretarias de Saúde e Educação) embora também possam exercer a profissão em consultórios e clínicas. Tanto para a criança quanto adulto e idoso, os objetivos da Terapia Ocupacional são: – orientar o indivíduo no sentido de conscientizar o respeito pelo seu corpo, desenvolvendo suas potencialidades e sua relação com o mesmo e com ambiente em que está.
O instrumento de sua atuação é a atividade realizada predominantemente pelo meio da comunicação não verbal. Desta forma os trabalhos manuais -pintura, desenho, cerâmica, etc.- e outros trabalhos corporais tais como exercícios, jogos, teatro, danças, são algumas de suas possibilidades. O Terapeuta Ocupacional observa e interage na qualidade de vida do sujeito cujo olhar se volta sobre seu cotidiano, suas possibilidades de encontro consigo mesmo e com o outro, e com as atividades que realiza ou que pode criar. A nós que somos também da área da saúde, resta-nos valorizar a profissão do Terapeuta Ocupacional, e lembrar de que o trabalho em equipe multidisciplinar é o mais proveitoso e rico.
Profissionais de variadas áreas que consideram a palavra uns dos outros e respeitam o espaço de cada um, conseguem trabalhar em prol do paciente e desenvolvem trabalhos de qualidade onde paciente e profissionais só têm a ganhar…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.