Daniele Vilela Cardoso Leite*
A roupa, o corte de cabelo, o sapato, os acessórios da vestimenta, as cores escolhidas, enfim, o conjunto destes artefatos compõe a apresentação do sujeito. É uma forma de linguagem não verbal na qual a pessoa se expressa constantemente.
Cada um possui estilo próprio, uma marca pessoal. Estilo “é o que faz uma pessoa única. É o modo de dizer ao mundo “sou singular”. É mais do que uma maneira de se vestir: é um modo de ser, de viver, de agir (a vestimenta irá espelhar isso). São escolhas particulares, preferências, desejos, humores e até mesmo fantasias. São os modos . Não as modas e os modismos. O estilo não tem muito a ver com a moda. Ela passa e o estilo permanece. Ele manifesta a identidade social e sinaliza de que modo a pessoa quer ser tratada” (Curso “Sua Imagem é Você”- Senac).
A globalização e a modernidade trouxeram flexibilidade e criatividade às pessoas. Passamos informações preciosas sobre nós mesmos de acordo com o estilo de roupa que usamos. Cuidar de si, da imagem, do corpo e da alma é hoje quase tão importante quanto investir em cursos e em formação profissional. Mas é importante usar o bom senso e saber que cada ambiente pede uma determinada postura. É necessário saber adaptar o estilo às ocasiões. Esta sensibilidade também “fala” sobre a personalidade do sujeito, e o seu grau de percepção do ambiente em que está inserido.
O mercado de trabalho está cada vez mais seletivo e é necessário que se saiba em que tipo de lugar, com quem e para quem o indivíduo trabalha. Um funcionário de banco se veste mais formalmente do que outra que exerce sua profissão em um estúdio musical. Ao se dirigir a uma entrevista para emprego, ser discreto e clássico, não abusando de roupas justas, coloridas demais, curtas em excesso, é uma boa dica.
O marketing pessoal, que significa comunicar ao mundo uma imagem positiva acerca de si mesmo, prega este princípio do bom senso e da flexibilidade. Muitos pensam que possuem seu estilo e que o outro é quem deve se adaptar e, com isso, acabam por perder a autocrítica. Por exemplo, na entrevista para emprego, o candidato estará se apresentando ao entrevistador, não apenas com o que diz, mas também através de sua persona.
Persona é um termo da Psicologia Junguiana que significa “ a forma pela qual nos apresentamos ao mundo. É o caráter que assumimos; através dela nós nos relacionamos com os outros. A persona inclui nossos papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão pessoal. Este termo é derivado da palavra latina equivalente à máscara. Nos dramas gregos, as máscaras dos atores, audaciosamente desenhadas , informavam a toda a platéia , ainda que de forma pouco estereotipada, sobre o caráter e as atitudes do papel que cada ator estava representando. Ao paquerar, a persona é algo que no inconscientemente, as pessoas se baseiam. A persona do outro atrai ou repulsa.
As relações interpessoais são permeadas pela persona. No ambiente de trabalho, no amor, nas amizades, etc. Cuidar de si, observar o estilo pessoal e adaptá-lo aos ambientes, ter consciência dessa inter-relação entre imagem e personalidade, são sinas de inteligência emocional , o que só pode trazer benefícios. Tornar consciente o inconsciente, é sempre reflexo de evolução e crescimento.
(Informações sobre a persona retiradas do livro “Teorias da Personalidade” – James Fradiman e Robert Frager)
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.