Daniele Vilela Cardoso Leite*
Há muitas maneiras de conhecermos as pessoas, além do que elas nos dizem. A linguagem não falada é mais expressiva e mais forte. Porém, mais sutil, abstrata, e requer sensibilidade, inteligência emocional, percepção, estudo sobre o comportamento humano. Faz parte do mundo invisível. Não visível aos olhos da face, mas àquele outro tipo de olhos, os da alma.
A partir do tom de voz, do olhar, da postura corporal, do estilo de roupas, de cabelo, de vida, formato dos olhos, formato da face, maneira de se alimentar, tipo de letra etc., etc., etc.
Entre os testes psicológicos de personalidade, o que estuda o tipo de letra do indivíduo e faz uma relação com sua personalidade é o teste grafológico. A partir deste teste, observa-se muito. Por exemplo, a capacidade de adaptação de uma pessoa, organização, dinamismo psicofísico, visão global, postura, ausência ou não de senso crítico, ambição, arrogância, narcisismo, oportunismo, afetividade, percepção, modéstia, caráter, timidez, insegurança, humor, vaidade, versatilidade, entre várias outras características.
A especialista Odette Serpa Loevy comenta que “nos estudos grafológicos entram elementos que possibilitam expressar o sentido dos movimentos que a pessoa imprime à própria letra. A inclinação ou não da letra, se é regular ou irregular, original ou monótona, seu tamanho e alinhamento no papel, o modo como o texto é ordenado, suas margens, até o espaço entre uma linha e outra, uma letra e outra são levados em consideração.
Também a assinatura, porque em grafologia nenhum traço isolado é válido. Cada letra é medida em milímetros, com o auxílio de réguas especiais e vários tipos de lentes. A correção é muito minuciosa e baseada em referências exatas. O primeiro livro que fala sobre grafologia foi escrito em 1622, em Carpi, Itália. Shakespeare já dizia: “dê-me a escrita de uma mulher e eu lhe falarei sobre seu caráter”.
Hoje o teste grafológico é muito utilizado em seleção de pessoal. Quando é pedido ao candidato que junte ao currículo um texto falando sobre suas aspirações ou algo parecido, provavelmente o indivíduo já esteja fornecendo instrumentos valiosos a serem analisados. A grafologia também é muito utilizada na pedagogia, orientação profissional, criminologia, investigações biográficas etc.
Certa vez escrevi em um dos artigos no Acontece sobre a relação entre a fantasia que um indivíduo escolhe para ir à uma festa a fantasia e sua personalidade. Por aí se vê a infinidade de possibilidades para se conhecer mais sobre alguém. A observação é a alma de tudo. A racional, mas também a emocional e energética.
A observação a si mesmo e ao mundo externo é uma viagem fantástica à vida. É uma fascinante arte que vamos produzindo. O fruto dessa arte é a nossa evolução intelectual e emocional, que apaixona, fascina e engrandece quem se dispuser a ouvir além do que dizem as palavras…
*Daniele Vilela Cardoso Leite é Psicóloga, professora de Yôga e colunista do jornal Acontece (Caeté-MG) de 1999 a 2017, quando foi encerrada a circulação da edição impressa.